PELAS RUAS DO INSTINTO
Vendo os braços levantarem-se
Do vento arrancando aplausos
A cada passo dado sobre a fronte
E ao olhar imóvel e teso
Entre as pernas que encerram
Prendendo o tesouro em grades
São as mãos desentendendo-se
De tanto que se estapeiam
Pelos anais da provocação
Que aos poucos se desvenda
De um prazer arrebatado
Escancarando-se
Queimando em todo o lugar
Mar sem fundo em convulsão
Clamando em furor danado
À extravagante, curiosa e bela
Fruta saborosa no cio
Um espetáculo à parte
No quadro de um deserto
A sede e o oásis
Miguel-