segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

FELIZ 2013



FELIZ 2013!




Teremos muita sorte acaso a vida

Preencha-nos com a tal felicidade

Num riso acolhedor como guarida

Sarau da temporada à dignidade!



E a gente faça o instante ser partida

Distante do desejo da verdade

Que imerso num azul tão sem medida

Do céu a solidão inteira invade...



À força dos prazeres deste ano

Versado esperar aqui se faça

Em própria maravilha, soberano



Que assim a nossa parte vem de graça

Qual brilho do frescor de um mar praiano

Que poupa a realidade da ameaça.



Miguel Eduardo Gonçalves

sábado, 29 de dezembro de 2012

POETRIX

Feito Estrela* // Interessante



o sonho // invisível

-apeou- // presente...

no firmamento // incerteza do horizonte!


Karinna* // MEG




domingo, 16 de dezembro de 2012

Ausência...



Essa voz tão ausente
Sem por quê nem aonde
Vai simplesmente
Ser pó da saudade nascente
Que ao silêncio se funde
(Miguel Eduardo Gonçalves)

Taça de Mar



Música praiana trina de um céu transparente
E ao rés do meu chão resvala em silêncio
Herança em taça de mar
(Miguel Eduardo Gonçalves)

Poetrix


Surpreendente amora-
És essa pessoa
Nuvem que nevoa
Nela vou-me embora
(Miguel Eduardo Gonçalves)

Eneassílabo com subtônicas em 5ªs

 
 
Alquimia-

Cintilando sonhos os sentidos
Conflitos guardados pelas pálpebras
Na hora exilada da memória
Desnudando um gênio oportunista...

O corpo ficara abandonado:
Devesse ele ser fantasioso
Distinto da mente entorpecida!
E assim divagando em coloridos

Sou eu me sentindo pelas quebras
Que esbarro nas asas dessa história
Calma solidão mais folclorista!

Alucinação que faz o estado:
Ao zumbir do tempo temeroso
A fatalidade de uma vida!

(Miguel Eduardo Gonçalves)

Ensaio em dodecassílabos



Pois, verdadeiramente altiva é a saliência
Esse detalhe humano salta com veemência

Que o próprio ato, sim, por si já encoraja
E o fato subtendido seja refinado
Que em desejoso sexo o tempo dure e aja
Sem artifício algum, prazer tão aclamado
A exultar paixão, dela a fazer-se ungido
Qual mundo inteiro seja esse calor da gente
Também o desejo sonhe o anseio percebido
Quando seremos fogo ao vento persistente
Vestidos só de céu como um olhar profundo
Num tempo demais claro, azul, arregalado!

(Miguel Eduardo Gonçalves)

Soneto em versos bárbaros

 
 
No desejo de querer sublimar essa paixão
De um encanto me servi para impor-te o preferível
Como fosse o meu prazer escudado na razão
Que te desse as coisas vãs como as quer o iludível

Nessa casca de verniz teu pudor vai sucumbir
E por tanto quanto hás de adorar esse meu dote
Num incêndio em gozos mil queimarás até rugir
Pela chama que jamais tu verás que em mim se esgote
Pois teus olhos que um orvalho de amor há de banhar
É também paixão maior resolvida por um bis
Do romântico erotismo entreaberto à tentação

E então viva inspiração construída de um luar
Infinito e sedutor, sutilmente então me quis
O rigor da realidade a criar a conexão

Miguel Eduardo Gonçalves

Soneto em versos heróicos

Ao carinho das noites estreladas
Mítico, para ser todo delírio
Na seara de vozes encantadas
Timbra singelo tom, faz-se colírio.

E a lua está de mãos deliciadas
Tão cúmplice de nós, em prata lírio
A perpetrar nas áreas mais sagradas
Onde o prazer invade quente e frio...
 
Cálice borbulhante de cristais
A retinir os ais inquietamente
Por suspiros letárgicos... Demais

No frenesi dos corpos mais demente
Radiante gosto, campos siderais
Numa boca enroscada em cada ventre!

(Miguel Eduardo Gonçalves)

sábado, 10 de novembro de 2012

FIB


Qual

Nuvem

Que passa

São memórias

Dessa cor do outrora

Ora emoções que me concedo


(Miguel Eduardo Gonçalves)

domingo, 4 de novembro de 2012

///////////quindeto invertido/////////////



Na oculta intimidade dê-se o toque


E o viço indisfarçável de um sacrário
Alastre-se combate involuntário


Qual pele se arrepia ao simples toque
Por isso a sensação seja o sentido
Pensado inteiramente resolvido


É único o desejo preferível
E maga sedução a sinergia
Que faz com que o olhar se torne audível
Razão de um pensamento em sintonia


Que a sobre humana força irrecorrível
Cingindo pelos ares faz magia
Pois vindo à gente inteira e disponível
É urgência que o instante sevicia
Não há como escapar-lhe indefinível



Miguel Eduardo Gonçalves

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

PAIS = PAI E MÃE



DA IMPORTÂNCIA DOS PAIS
Os filhos se geram de uma conjunção que somente o transcendental resume: experiência eternizada vida afora, memória que os descendentes levarão.
(Miguel Eduardo Gonçalves)

A Memória


A memória, essa danada, que traz ao presente e faz reviver o que nasceu p'ra ser eterno! 

Miguel Eduardo Gonçalves 

domingo, 14 de outubro de 2012

A VOCÊ / O VERBO

A VOCÊ / O VERBO




Guardado está / consigo

Um sorriso rico / pelo corpo

Um afago todo /sentido

Um céu enorme / se eteriza

Da nostalgia / que anoitece

Encomendada / de um segredo

Direto do coração... / dos motivos!



Luiza Bessa Luna / Miguel Eduardo Gonçalves

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A FONTE




Doçura emolduraste de paixão,

Crescendo a inquietação rapidamente,

Em versos sem olhar pra trás sequer...



Miragem porventura de te ver

Desejo alucinar com esse carinho

E assim meu tempo inteiro e a fantasia!



(Miguel Eduardo Gonçalves)



sábado, 11 de agosto de 2012

CERTO OLHAR




Pelo espelho do universo

Um saciável mundo, quando

Em viagem sem regresso

Segue a vida navegando

E em seus planos me alicerço



Pelos reveses me expando

Procurando algum acesso

E ao pensamento mais brando

Todo inquieto me endereço



Que eternidade tão breve

Plenamente em mim se inscreve

Cabe inteira na emoção



Desatino deslumbrante

Coisa simples se garante



Vigiando a solidão!



Miguel Eduardo Gonçalves

domingo, 5 de agosto de 2012

OCULTOS DE NEVOEIRO





Pelas cores do arco-íris

A cansada luz do dia

Que se apaga no horizonte

Misturada a um quê de alma...



Que beleza me contempla

Semelhante a uma tristeza

Que comove a solidão...

Pode ser felicidade!



Alegria que existiu

Chora no fundo do mar

Meditando longas horas

Por um minuto de sol.



É uma angústia colorida

Devaneio infatigável

Totalmente diferente

Plenamente tão real.



Qual perfume de uma flor

Impaciente, talvez

Chama inquieta da paixão

Que não sabe se conter.



Raia novamente em dia

Refaz-se frente à razão

Bela maneira de ser

De uma vivência mental!



Miguel Eduardo Gonçalves









sábado, 4 de agosto de 2012

ESTIGMATIZADO





Inocente sucumbe maquiado

O Brasil se consome em desatinos

De emboscadas vai sendo transpassado

Seus ideais traçados por ladinos

E o povo a tudo assiste inabalado...



A vida em roubo e deuses, por destinos

E tudo é o puro encanto mais sagrado

Mortalha costurada por fios finos

Para esconder um cancro desgraçado!



E nós vagamos entre as ilusões

Daqueles que pululam aos milhões

Inúteis esperando o que não vem.



Germina qual semente, é o voto

Trazendo em nova foto um terremoto



Que gira em seu umbigo e se mantém!



(Miguel Eduardo Gonçalves)

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

METAMORFOSE








Porque esperava tudo num só dia

Sorria antecipando-se às carícias

Onde se resumisse em regalia

No instante convulsivo das perícias

Certa maneira dela que luzia!



E por capricho antigo das malícias

Algo sensacional acontecia

Distinguindo-lhe o afeto das delícias

Ocupação capaz da geografia.



Volúpia essa ali tão exclusiva

Ternura apaixonada, insinuativa

Existente na posse demorada...



E era preciso a chama e veio a chama

Flor dos impulsos doces de uma dama...



Relâmpagos e ais na madrugada!



Miguel Eduardo Gonçalves

REQUINTE






Estado de graça posto na mente

Sente como um capricho do prazer

No encontro da paixão que corre a gente

E se promete dando o que fazer

Tornando a nossa carne incandescente!



Cada palavra expressa o redizer

Que tinge na retina, eficiente

Aos poucos cada gota do viver

Num brinde cativante, convincente...



É como toca a brisa e arrepia

Deixando a pele toda uma euforia

Que vem do supetão proposital



E nesse de repente de um festim

Sublime é o paraíso de carmim...



É o sol exposto qual num festival !



Miguel Eduardo Gonçalves

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

ORGASMO




AO DIA DO ORGASMO (31/7)



Descreve um movimento ante a visão

E o transe ao nu que as vestes dão ao rito

Inventa o desvendar da tentação

Teimando aquela cena em que reflito

No emocionar florindo a percepção...



Manjar que resplandece de incontido

Recato aos ares indo, como são

Decerto as primaveras com que lido

No jovial do tempo da afeição.



E ansia o apetite por mais sorte

Cobiça enquanto passa e dá-me o norte

Urgente intimidade que se inventa...



E a flutuar sutil na fantasia

Beleza que delira nesse dia



Narcótico furor se experimenta!



(Miguel Eduardo Gonçalves)



sábado, 28 de julho de 2012

VELOZ



Veloz
Momento da posse
A fome fantasia
Entre salivas...
E própria maravilha
Excesso esvoaça
Entre colinas
Do colo!

(MEG)

domingo, 22 de julho de 2012

PRONTO...


Pronto...


Que ingênua satisfação

Trazes num verso marcada,

Cabe na toda emoção

De uma fada apaixonada!


Sabe refletir a face

De uma força que clamasse...


Essa tua hora de vento,

Que eternidade dourada

De uma razão violentada!


Hoje não trairá tua fé

A sacra palavra até?


Miguel Eduardo Gonçalves



ETERNOS


Ainda que sonhado / invento

O poeta tenta / memórias

Ainda que caído / pelos sentimentos

A poesia arrebenta / cor do mar

Ainda que vaidoso / mas críticos

Os versos humilham / como a paixão

O mais sábio dos diplomas / coisa do destino

E desfila soberano nos corredores / do sorriso

Desabrochando pétalas de mil cores... / da sorte que se lê nas mãos!



Luiza de Marillac Bessa Luna Michel / Miguel Eduardo Gonçalves




terça-feira, 17 de julho de 2012

Excesso de um projeto




-Excesso de um projeto-

Sobre a magia do encaixe

Trouxe a personagem

Simplesmente ao toque

Estendido aos gritos

Infinitos sem margens

Como reações químicas

Equações físicas

-Uma sequência infinita-

 
Miguel Eduardo Gonçalves

MITO




Naquela mente abre-se expandindo

Alheia a tudo, mítica figura

Alada, só da mágica fluindo...


Em quanta luz lhe auréola uma aventura

O céu num tempo que é infinito lindo

E aos olhares pó sob o qual jura!


É onde haverá decerto a pira acesa

Que o paraíso livre da incerteza.


Miguel Eduardo Gonçalves




A noite cai e insiste sem rugido

Como ao olhar constrói-se novo dia

Quando tudo o que traz vai ser vivido

Festim -a todo pano pr’uma orgia-

Que escorre consumindo-se incontido...


Cada aroma esvoaça em fantasia

Vício mais raro volta florescido

Tal como sangue ferve e extasia

Prazer imenso faz-se acontecido


E o tempo, meu destino que, indomável

Ondeia pelos sonhos formidável

Delira em tantas cores, penetrante...


Quem somos é o princípio, é o extremado

Momento d’alma a corpo agasalhado...


Em cada espasmo a estrela em céu distante!


Miguel Eduardo Gonçalves



domingo, 15 de julho de 2012

VASTO MUNDO






Em gaze represada o eu profundo

Qual súbito sentir perene cio

Da sensação um rito que arrepia

Por onde as horas sejam desvario

De se bastar um sol nessa arrelia...

Vindo o céu do sem fim do tempo extremo

Pela janela abrir-se despertado

Na mente resvalando olhar supremo

Que em meio ao foco faz-se deslumbrado

Em quanta luz que vê no vasto mundo!


Miguel Eduardo Gonçalves


terça-feira, 10 de julho de 2012

CONCRETIZAÇÃO DA ABSTRAÇÕES




CONCRETIZAÇÃO DAS ABSTRAÇÕES


De astros e estrelas mansamente na escuridão formigava o céu... Era o impulso traduzido da intenção de ali ficar no inebriante da busca pela dispersão de si mesmo, quando os olhos sondam entre penugens prateadas o cenário!

Uma catedral de sonhos de íntimas afinidades realça como interjeição: essa fantástica bandeira a dar existência material à vida, na ambientação esplêndida acastelada aonde chega o olhar e ultrapassa... Lá começa outra viagem, são outros sentidos que tateiam antes de clarear o novo dia, quando a percepção da realidade fixa-se na sensibilidade, para informar que se é aquele quem o espelho reflete.

Mais de um azul noturno longínquo a sacudir a loucura faz-se na mente quase a expansão do tempo, que se sabe tão medido para quem o sente...

Miguel Eduardo Gonçalves


FRENESI





Luzinha acende-se

E um choque

De ponta a ponta

Apalpa



As estações

Como as da lua

Vão e vêm

Ancoram

Desejo intenso

Suave beijo

O som do riso



Olhar lascivo

Ereto, altivo

O ato



(MEG)

domingo, 8 de julho de 2012

SILHUETA




Que paisagem diferente

Da inocência toda nua

Agora uma rima sente

Caminhando ao pé da lua


Pulsante na exaltação

Que o coração bem sabia

Numa selvagem paixão

Cada carícia é iguaria


Além do beijo indomado

Vai ao encontro de tudo

Furor que tem abraçado

Doce requinte posudo


Miguel Eduardo Gonçalves

sábado, 7 de julho de 2012

Poetrix

Mel Florido


A sabor...

Ao toque,

Inevitável!



(Miguel Eduardo Gonçalves)

domingo, 24 de junho de 2012

CONTRASTE CÓSMICO






Num momento lindo e obsceno

Carícia aos olhos insiste

Que a leem como sendo aceno

De uma forma posta em riste


Pérola da intimidade

Com todo o tempo de sobra

Essência do instinto invade

Profundamente me cobra


É sensação que se basta

E roça uma ideia louca

Desse instante entusiasta

Surgindo em vergonha pouca

 
 
Miguel Eduardo Gonçalves

domingo, 10 de junho de 2012

FIB



No

Fundo

Queimando

Como ímpetos

Venta a impaciência

Gemendo a aplausos da loucura!



Miguel Eduardo Gonçalves

QUINDETO



Não há como escapar indefinível

Da urgência que o instante sevicia

De vir à gente inteiro disponível

Cingindo pelos ares sua magia

De sobre-humana força irrecorrível



Razão de um pensamento em sintonia

Que faz com que o olhar se torne audível

E a maga sedução da sinergia

O único desejo preferível



Por isso a sensação faz o sentido

E penso inteiramente resolvido

Qual pele se arrepia ao simples toque



Alastra-se combate involuntário

Num viço indisfarçável de sacrário



Na oculta intimidade o meu enfoque




Miguel Eduardo Gonçalves

quarta-feira, 6 de junho de 2012

PIRA SAGRADA





No eixo que dá vida ao rebolado

Malícia remexendo toda prosa

Inteira emaranhada por olhares...



Esquece-se sublime e deliciado

O tempo iniciado à rebordosa

Que nela se desdobra em mais milhares



Pois toda sua maneira de linhagem

Na trama dessa dança é camuflagem!

 
 
Miguel Eduardo Gonçalves-

terça-feira, 5 de junho de 2012

Da Expressão-



A expressão que o poeta objeta e brinda

Desce olhar ao segredo: a luz arcada

Da existência encenada, grade infinda



Que a atmosfera exagera em lua amada

De um futuro, porém, em sonho ainda...

Uma calma que faz pensar o nada,



Onde o tempo transpõe, é vida, acaso,

Em que o etéreo da sorte beire o ocaso.




Miguel Eduardo Gonçalves-

terça-feira, 29 de maio de 2012

Quindeto - Pelos sentidos...


Pelos sentidos singram turbilhões

Pede o desejo a vez que doma o cio

Sem norte a mente em múltiplos grilhões

Matéria amante faz-se em pontos mil

Exatamente chama, como apões...



Aonde explode o templo, que arredio

Só quer brindar ao espasmo em libações

Achado em falta o puro, já tardio

Que o possuir me invade as atenções...



Lamber com a língua em círculos no pico

Unção eficiente em que me aplico

Na qual as ânsias vão se diluir



Mil vezes desejando as fantasias

Efeitos que me guiam pelos dias



No ser dessa paixão a te anuir!



Miguel Eduardo Gonçalves



segunda-feira, 21 de maio de 2012

DUETO


Sonoriza // Desmistifica


Harmonia primitiva // Lisonja altiva

Fascinante fantasia // Brava como punhal

Tanto de ti // Amanhece



Deslumbra // Penumbra

Diante dos olhos // Extasiadas pupilas

A imaginação // Farta agulha

Do instinto certo // Destino encerra



Faísca // Gritante

Pelo suor // Em oceanos

Como diamante // Brilhante

Da lágrima sorri // O Rei Sol aponta



Selvagem // Romântico

A volúpia aumenta // O desejo mestiço

O delírio de estar // Num só papel

Aí // Aqui...



Miguel // Luiza de Marillac Bessa Luna Michel

quarta-feira, 16 de maio de 2012

LXXII - Elixir de sonho bom-




No jardim dos pensamentos

A vontade da promessa

Dá comando aos sentimentos

De fazer suar à beça...

Lá se formam bons momentos

Sensações disparam pressa

Pelos corpos mais sedentos

Em que a ânsia recomeça

Pra deleite da visão

Rebolante luz de velas

A pôr fogo na ilusão

Desfazendo-se em quimeras

Tal como ondas de um marzão

Pelo estar no meio delas!



Miguel Eduardo Gonçalves

sábado, 12 de maio de 2012

Sextina em composisão coletiva

TRISTE SORTE DE ALZIRA?



r - Ah! Não venhas tu Alzira

p - enganar-me uma vez mais!

r - Tu tens sete tretas, louca!

p - E o que eu mais quero hoje é paz.

r - Todo o ardor foi só mentira...

r - Enganar-me é coisa pouca?



p - Enquanto há farinha pouca,

r - Catas teu quinhão, Alzira!

p - Mas quase tudo é mentira:

r - Muito de ti nem sei mais!

p - Cheguei a perder a paz

r - Tua tens a alma mais louca!



p - Mas não penses que és só louca!

r - Virtude, se tens, é pouca!

p - Não sabes viver em paz.

r - Triste sorte, a tua, Alzira...

p - Contigo não posso mais;

r - negar isso é vã mentira



p - e eu não suporto mentira,

r - pois é mal de gente louca!

p - Vou dizer-te uma vez mais:

r - "Virtude, se tens, é pouca"!

p - E não é qualquer Alzira

r - que me tira toda a paz!



p - Mas vamos viver em paz?

r - Deixa de lado a mentira.

r - vem pro lado bom Alzira;

r - declinar é coisa louca!

m - Ideia da coisa pouca

m - Que não deve pensar mais.



m - Esquece a mentira, e mais,

m - Viaja do inferno à paz,

m - Que se a vida é coisa pouca,

m - Tua a fizeste mentira,

m - Por deixá-la assim tão louca

m - À tirana sorte, Alzira.



m - Alzira, queiras não mais,

m - Louca, afastares a paz,

m - Mentira é fortuna pouca!


r - Ronaldo Rhusso, p - Paulo Camelo e m - Miguel Eduardo Gonçalves


Sextina composta em http://descansodasletras.forumeiros.com/

terça-feira, 8 de maio de 2012

SEXTINA




Pusesse por acaso o olhar temente

Em foco o alcançar do universo

Mentira certamente tal pensar

Verdade que sonhou imperiosa

Porque ela se fez demais sutil

Pensar criterioso e aprisionado.



Nos rouba um coração aprisionado

A glória lastreada no temente

Prazer que se destaca por sutil

Medir-se mui deveras universo

Qual nada de uma sombra imperiosa

Desperte-se sublime no pensar.



E agora a separar-se tal pensar

Embora esteja perto, aprisionado

Nos traz enfim a paz imperiosa

Sentida na verdade mais temente

Em vida adormecida no universo

Do ser de um mundo excelso e tão sutil.



Que o homem por querer-se de sutil

Melhor que um murmurado tal pensar

Assopre-lhe de fato do universo

Trazida do infinito aprisionado

U’a mente concebida na temente

Incógnita verdade imperiosa.



Dizer do amém na reza imperiosa

A graça que se faz por mais sutil

Que tão repetitiva jaz temente

Na brisa acumulada no pensar

Herói interessante aprisionado

Um mártir salvador deste universo.



Pudéssemos dizer ao universo

Que a própria gala cai-lhe imperiosa

E assim o dele céu aprisionado

A nós se abriria, por sutil

Se após a morte à alma esse pensar

Vivesse ainda atrelado e assaz temente...



Temente então olhando pro universo

Pensar nessa eminência imperiosa

Sutil, que inda lhe faça aprisionado!



Miguel Eduardo Gonçalves



domingo, 6 de maio de 2012


PENSADAMENTE

Só, às voltas com meus botões,
Que nesta ausência de palavras
Contar-se-ão como segredos,
Cada pensar, por editado,
Não é defeito, mas, tão simples,
Pura verdade em falta achada.

Miguel Eduardo Gonçalves


sábado, 5 de maio de 2012

COLAR DE TROVAS


COLAR DE TROVAS – (FILEMON-Itanhaém e MIGUEL-São Paulo)



Monumento de Cultura

que o mundo já conheceu:

é Portugal que fulgura,

porque Camões não morreu. (Filemon)



“Porque Camões não morreu”

o soneto sobrevive:

pelos versos que me deu,

melhor rima que já tive. (Miguel)



“Melhor rima que já tive”

quando falo de emoção,

minha poesia convive

com a luz da inspiração. (Filemon)



“Com a luz da inspiração”

no sonhar da eternidade,

eis aí o meu refrão

de manhã até de tarde. (Miguel)



“De manhã até de tarde”

quero promover o amor,

amor com intensidade

que apaga do mundo, a dor. (Filemon)



“Que apaga do mundo, a dor”

eis aí o bom motivo,

pois amar tal uma flor

como um sonho, faz sentido. (Miguel)



“Como um sonho, faz sentido”

crer e amar, como ninguém,

que este gesto desprendido

não machuca, só faz bem. (Filemon)



“Não machuca, só faz bem”

como encantos, sonolentos

viram brasa, e se mantêm

com o desatar dos ventos. (Miguel)



“Com o desatar dos ventos”

farfalhando em arvoredos

nascem sonhos, sentimentos

que sufocam nossos medos. (Filemon)



“Que sufocam nossos medos”

e anunciam a beleza,

pela parte dos enredos

toda cheia de firmeza. (Miguel)



“Toda cheia de firmeza”

a vida começa agora,

prometendo, com certeza,

a luz de uma nova aurora. (Filemon)



“A luz de uma nova aurora”

faz tremer as sensações,

não fosse eu quem te adora

quem seria teus senões. (Miguel)



“Quem seria teus senões”

no prazer desta leitura,

só Luís Vaz de Camões

MONUMENTO DE CULTURA. (Filemon)



(Parceria entre Filemon F. Martins e Miguel Eduardo Gonçalves)







quinta-feira, 3 de maio de 2012

CEGA OBEDIÊNCIA






A quem do puro amor anda pasmado

À fuga de seus súbitos suspiros

A ponte ao tempo aberta desmorona

Gerando a solidão fadada ao vício

Parece que entre si há uma tormenta

Uma bala sozinha em pé de guerra



Que palavras existem para a guerra

Que a um ser humano faça não pasmado

Não digam a ele estar numa tormenta

Clamando pelos ares aos suspiros

Indiferente fel como o do vício

Fato que em consciência desmorona



Cada instante se prende e desmorona

Consigo a paz é a luta pela guerra

Um desengano ardendo pelo vício

Que o pranto de raivoso o faz pasmado

Da falta de valor dos seus suspiros

Suplício dos infernos, que tormenta!



Com os sentidos ocos da tormenta

O senso de justiça desmorona

E quando tudo chega por suspiros

Na busca do alimento faz-se a guerra

E o corpo tão perfeito, de pasmado

De alma vazia morre pelo vício



Se a perdição é feita pelo vício

O suplício da dor traz a tormenta

E o mísero remorso jaz pasmado

Porquanto a dignidade desmorona

No escuro que floresce de uma guerra

Em que se alonga o império dos suspiros



Perece aos olhos como em suspiros

Lhe chega leve e forte como o vício

Que esmaga o coração a própria guerra

Depois de aventurar-se na tormenta

E ser vontade só que desmorona

Fechando-se à visão porque pasmado



Se termina pasmado qual suspiro

E exausto desmorona, ao vento o vício

Agoniza em tormenta e finda a guerra



Miguel Eduardo Gonçalves

terça-feira, 1 de maio de 2012

Pensando numa RETRANCA...



ESTELARMENTE



Basta um momento de atenção

Ao que se perde na distância

E qual num filme de ficção

A explicação de uma vacância



Há no sentir diretamente

Do imaginário convincente!



Pois é propósito pra tudo

Qual suspirar de uma fornalha

Estado d’alma tão polpudo:



Que tal paixão se passaria

Num céu perdido na euforia



(Miguel Eduardo Gonçalves)



A Retranca, uma forma poética que se caracteriza por um esquema em quatro estrofes com a seguinte disposição: 4,2,3,2, com oito sílabas métricas por verso, onde o quarteto tem assonâncias no segundo e quarto versos; o primeiro dístico com assonâncias EMparelhadas; o terceto com assonâncias no primeiro e terceiro versos da estrofe e um dístico final com rimas consonantais. Fonte: Descanso das Letras.




sábado, 28 de abril de 2012

SEXTINA



Pusesse por acaso o olhar temente

Em foco o alcançar do universo

Mentira certamente tal pensar

Verdade que sonhou imperiosa

Porque ela se fez demais sutil

Pensar criterioso e aprisionado.



Nos rouba um coração aprisionado

A glória lastreada no temente

Prazer que se destaca por sutil

Medir-se mui deveras universo

Qual nada de uma sombra imperiosa

Desperte-se sublime no pensar.



E agora a separar-se tal pensar

Embora esteja perto, aprisionado

Nos traz enfim a paz imperiosa

Sentida na verdade mais temente

Em vida adormecida no universo

Do ser de um mundo excelso e tão sutil.



Que o homem por querer-se de sutil

Melhor que um murmurado tal pensar

Assopre-lhe de fato do universo

Trazida do infinito aprisionado

U’a mente concebida na temente

Incógnita verdade imperiosa.



Dizer do amém na reza imperiosa

A graça que se faz por mais sutil

Que tão repetitiva jaz temente

Na brisa acumulada no pensar

Herói interessante aprisionado

Um mártir salvador deste universo.



Pudéssemos dizer ao universo

Que a própria gala cai-lhe imperiosa

E assim o dele céu aprisionado

A nós se abriria, por sutil

E após a morte à alma esse pensar

Vivesse ainda atrelado e assaz temente...



Temente então olhando pro universo

Pensar de uma eminência imperiosa

Sutil enceta o senso aprisionado!


Miguel Eduardo Gonçalves



Sextina

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Sextina é um poema que apresenta um dos sistemas estróficos mais difíceis e raros.

História

Criada por Arnaut Daniel, no século XII, foi usada por alguns dos grandes poetas, como Dante, Petrarca, Camões, etc. No Brasil dela se utilizaram Jorge de Lima, Américo Jacó, Waldemar Lopes, Edmir Domingues, Dirceu Rabelo, Alvacir Raposo e outros.

Compõe-se de seis sextetos e um terceto final, a coda. Utilizando versos decassilábicos, tem as palavras (ou as rimas) finais repetidas em todas as estrofes, num esquema pré-determinado. Assim, as palavras (ou rimas) que aparecem na primeira estrofe, na seqüência de versos 1, 2, 3, 4, 5, 6, repetem-se na estrofe seguinte, na seqüência 6, 1, 5, 2, 4, 3. E se faz na estrofe seguinte a seqüência 6, 1, 5, 2, 4, 3 em relação à estrofe anterior. E assim até a sexta estrofe, finalizando os sextetos. O terceto final, ou coda, tem, em cada verso, no meio e no fim, marcando as sílabas tônicas, as palavras (ou rimas) utilizadas no poema todo, na posição em que se apresentaram na primeira estrofe.

Ezra Pound, referindo-se à sextina, disse:

"A arte de Arnaut Daniel não é literatura. É a arte de combinar palavras e música numa seqüência onde as rimas caem com precisão e os sons se fundem ou se alongam."

Ao que Edmir Domingues objetou, dizendo:

"Mas é este o objetivo de toda a verdadeira poesia, o perfeito encontro entre a forma e o conteúdo, entre a linguagem e a música".



• DOMINGUES, EDMIR. Universo Fechado ou O Construtor de Catedrais. Recife: Bagaço, 1996.







sexta-feira, 27 de abril de 2012

DECASSÍLABOS (EM DUPLA DIREÇÃO)



No íntimo das minhas fantasias

Esteja o espaço que a beleza ocupa

Sem norte como tu me acaricias

Fazendo que a emoção fique maluca

Sentida numa dança imponderada

Paixão sensacional que doma os dias

E ardente explode em única lufada

Aroma que me toca as cercanias

E faz suar a mente de tarada

Furor que em graça tímida abrevias



Furor que em graça tímida abrevias

E faz suar a mente de tarada

Aroma que me toca as cercanias

E ardente explode em única lufada

Paixão sensacional que doma os dias

Sentida numa dança imponderada

Fazendo que a emoção fique maluca

Sem norte como tu me acaricias

Esteja o espaço que a beleza ocupa

No íntimo das minhas fantasias



(Miguel Eduardo Gonçalves)





segunda-feira, 23 de abril de 2012

Pensando num TRIOLÉ




Morena Rosa


Tua nudez, morena, se divisa,

Em pingos verte saborosa,

Qual força do sangue profetiza,

Tua nudez, morena, se divisa...

Em fúria me cresce e nem avisa,

Incessante orgasmo que matizas,

Tua nudez, morena, se divisa,

Em pingos verte saborosa!

 
(Miguel Eduardo Gonçalves)

domingo, 15 de abril de 2012

DECASSÍLABOS EM DUPLA DIREÇÃO



















No íntimo das minhas fantasias
Esteja o espaço que a beleza ocupa
Sem norte como tu me acaricias
Fazendo que a emoção fique maluca
Sentida numa dança imponderada
Paixão sensacional que doma os dias
E ardente explode em única lufada
Aroma que me toca as cercanias
E faz suar a mente de tarada
Furor que em graça tímida abrevias


Furor que em graça tímida abrevias

E faz suar a mente de tarada
Aroma que me toca as cercanias
E ardente explode em única lufada
Paixão sensacional que doma os dias
Sentida numa dança imponderada
Fazendo que a emoção fique maluca
Sem norte como tu me acaricias
Esteja o espaço que a beleza ocupa
No íntimo das minhas fantasias

(Miguel Eduardo Gonçalves)

sexta-feira, 13 de abril de 2012

POETRIX

Prazer-

Por ti
Teu resumo
Olha só!

(MEG)

sábado, 7 de abril de 2012

Paira...

Paira no ar o que quer que seja, loucura mesmo
Aragem fina que me vibra...
Sabem os versos que as intenções decifram desejos
E na fala de uma estrela que minha janela invade certeira
Esperada palavra indizível por que eu tenha de repente
A música que arraste ao meu céu de olhar em aquarela
Salpicados cristais de luar, se no éter matizado e além
Nas transparências dos sonhos onde sonho respirarmos
O cheiro da noite aventurar-se pelos inconscientes sentires
Dos corpos que se queiram usar-se em poesia inteiramente!


(Miguel Eduardo Gonçalves)

SUOR EM RIMAS

Fiéis arquitetadas entre si
Dividem-se figuras que imagino
Do jeito que o desejo sente e quer...
Prazer que assalta e tanto me alicerça
Preenchido sentimento se vislumbra
Enquanto o antes dure ininterrupto
Até ser um dilema a descoberto
Na hora em que o furor indisfarçável
Se torna recompensa e eriça os pelos
Co’a voz que vibra assopros nos ouvidos!

(Miguel Eduardo Gonçalves)

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Como Nada

Qual fragmento de luz por entre a fina chuva passa
Exato um verso que em meu desejo afina-se
Vindo em meio a grande tempestade
Prenúncio que orgasmo nasce

(Miguel Eduardo Gonçalves)

terça-feira, 3 de abril de 2012

SELVA DO MEU SER

Áureo ser // espalha-te
Desfolha // compassadamente
Radiante ser // na cama
Busca-me // orvalha-te
Formoso ser // por entre mim
Repita-me // no ir e vir
Banquete // que desaba
das horas // energias
imprecisas // mente esguia
visita-me // perfume
Olhos fartos // da paisagem bela
Liberta-me // maravilha-me
Céus de viver // abra-se
Estrela-me // a flor
Princípio
Meio
Sem fim...

Luiza de Marillac e Miguel

domingo, 1 de abril de 2012

DESDOBRANDO-SE QUIMERAS

Invisível dissonante
Na meta dos atos plenos
Que perdura pela mente
Motivos extraterrenos

Sofisticação humilde
De um esforço apetecido
Que se afasta do rebelde
Para ser jardim florido

Persuade por si mesmo
Imaginário carmim
Habitante do lirismo
Mistério em desejo afim

Agitando fantasias
Atributos desejáveis
Como fossem terapias
Inaudíveis, impecáveis

Espiritual romance
Ornado da expectativa
Que à eternidade pertence
Hora subordinativa

(Miguel Eduardo Gonçalves)


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

ÍNTIMA HARMONIA
















ÍNTIMA HARMONIA

É no momento dos seus reflexos
Que minha imaginação se refresca
E sinto-me desfazer ao contemplá-los

Há insuficiência da realidade
Como a cada entardecer
O sol parece morrer com ele
(MEG)

QUAL SOZINHO AMANHECER

qual sozinho amanhecer
altivo e inquieto pelos sentidos
sirvo-me de ti como de um projeto
e tudo se alvoroça necessariamente
como que a impingir a ventania
um fogo fortemente enraizado
ninguém me arranca a magia
sei-me em bosque sagrado
e por cima procuro o temporal
quando na hora sem mistério
eis onde me sinto sangue e berro
súbito, sonho os degraus da carne



que sob olhares impacienta-se
pressentidamente
indício claro do não dúbio
bem assim como escrevo
a parecer que já estava escrito
olhos nunca param de brilhar
como ao sol a gota de cristal
lágrima perfeita rebrilhando
próprio destino vara o rosto
sem falsos conceitos
quase tocando nas palavras
qual sozinho amanhecer
(MEG)

Teu Sorriso




Teu Sorriso

nas ruas povoadas de imagens
-pedaços de sol que iluminam o movimento-
equilibrio que não se dispersa
por ondas silenciosas
cada consentimento cresce...

e acontece
renovadamente para além
saudade intacta
dádiva deslumbrada
na palavra imperceptível
ao equilíbrio que sobra!

a pairar ao largo das distâncias

motivos humanos
pérolas brilhando
o mar inteiro
caminho encantado de um motivo

como na bela parábola

sem sombra ou dor que algo oculte.

(MEG)

domingo, 1 de janeiro de 2012

O CORPO-















Espera pelo tato
Numa dança louca em pele ao sabor do toque
Derretendo-se pelas mãos, e em ondas cintilantes indo
Aos sentidos mais requintados, que na posse de si mesmos
Eram um desejo tanto na orgia do sonho
Que a mais ardente luxúria oculta expunha
Instintivamente
Algo diferente no espaço da carne a clamar tonto e sedento
Pelo que há de mais animal
Essência na imensidade da alma
Entre tu e eu

Miguel Eduardo Gonçalves