quarta-feira, 22 de junho de 2011
Ah, que maravilha!
Sair da condição, impossível
Vívida em seminal vapor
Bastante para alavancar satisfação
Resolve-se por si, e em si
Porque é a melhor coisa
E única solução
Para o encontro do fio da meada
No inevitável da sensação
Dos movimentos acelerados.
Em perspectiva privilegiada
Uma boca na gota do elixir
Ao compasso da batuta
Que repassa por todos os olhos
Inclusive os meus!
Que mãos inquisitivas
Tanto quanto as minhas
Pelo espelho de vários quilates
Apuram-me o faro que te galga alado
E que desejo pedinte
Ansiando pelo soar do sino
O badalo em flexíveis formas!
Dos segundos eternos, como enlouqueço
E na perfeição do ápice
Que estrondoso circunda
Serena magestade esculpe-se
Num caos de exclamações
Onde encerra-se a razão
Que pinta o clima...
Miguel Eduardo Gonçalves
foto claude fauville
domingo, 19 de junho de 2011
DISPERSÃO
mapa da escuridão inebriada
já nos teus olhos abre-se incessante
um corpo em claridade leve e intacta
e posso ver-te obra florescida
em paisagem que aos olhos faz enfeite
nas linhas dos suspiros mais secretos
posso tocar na flor perpetuando
líquidos vivos, línguas metafísicas
em que a noite galopa insaciável
num instante em que extático te miro
Miguel Eduardo Gonçalves
sexta-feira, 17 de junho de 2011
ORDEM DO DIA
Ordem do Dia
Que não se deve estancar
Quando o pensamento a encontra
A pavonear suas galas...
Plantada na veia e tida
Como tensões que soluçam
Onde a inspiração começa
É desejo que se encontra
Entre a vibração dos versos
No alicerce do querer
Em que gestos se enamoram
Por costumes, emoções
E caprichosas estrelas!
Miguel Eduardo Gonçalves-
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