sábado, 28 de abril de 2012
SEXTINA
Pusesse por acaso o olhar temente
Em foco o alcançar do universo
Mentira certamente tal pensar
Verdade que sonhou imperiosa
Porque ela se fez demais sutil
Pensar criterioso e aprisionado.
Nos rouba um coração aprisionado
A glória lastreada no temente
Prazer que se destaca por sutil
Medir-se mui deveras universo
Qual nada de uma sombra imperiosa
Desperte-se sublime no pensar.
E agora a separar-se tal pensar
Embora esteja perto, aprisionado
Nos traz enfim a paz imperiosa
Sentida na verdade mais temente
Em vida adormecida no universo
Do ser de um mundo excelso e tão sutil.
Que o homem por querer-se de sutil
Melhor que um murmurado tal pensar
Assopre-lhe de fato do universo
Trazida do infinito aprisionado
U’a mente concebida na temente
Incógnita verdade imperiosa.
Dizer do amém na reza imperiosa
A graça que se faz por mais sutil
Que tão repetitiva jaz temente
Na brisa acumulada no pensar
Herói interessante aprisionado
Um mártir salvador deste universo.
Pudéssemos dizer ao universo
Que a própria gala cai-lhe imperiosa
E assim o dele céu aprisionado
A nós se abriria, por sutil
E após a morte à alma esse pensar
Vivesse ainda atrelado e assaz temente...
Temente então olhando pro universo
Pensar de uma eminência imperiosa
Sutil enceta o senso aprisionado!
Miguel Eduardo Gonçalves
Sextina
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sextina é um poema que apresenta um dos sistemas estróficos mais difíceis e raros.
História
Criada por Arnaut Daniel, no século XII, foi usada por alguns dos grandes poetas, como Dante, Petrarca, Camões, etc. No Brasil dela se utilizaram Jorge de Lima, Américo Jacó, Waldemar Lopes, Edmir Domingues, Dirceu Rabelo, Alvacir Raposo e outros.
Compõe-se de seis sextetos e um terceto final, a coda. Utilizando versos decassilábicos, tem as palavras (ou as rimas) finais repetidas em todas as estrofes, num esquema pré-determinado. Assim, as palavras (ou rimas) que aparecem na primeira estrofe, na seqüência de versos 1, 2, 3, 4, 5, 6, repetem-se na estrofe seguinte, na seqüência 6, 1, 5, 2, 4, 3. E se faz na estrofe seguinte a seqüência 6, 1, 5, 2, 4, 3 em relação à estrofe anterior. E assim até a sexta estrofe, finalizando os sextetos. O terceto final, ou coda, tem, em cada verso, no meio e no fim, marcando as sílabas tônicas, as palavras (ou rimas) utilizadas no poema todo, na posição em que se apresentaram na primeira estrofe.
Ezra Pound, referindo-se à sextina, disse:
"A arte de Arnaut Daniel não é literatura. É a arte de combinar palavras e música numa seqüência onde as rimas caem com precisão e os sons se fundem ou se alongam."
Ao que Edmir Domingues objetou, dizendo:
"Mas é este o objetivo de toda a verdadeira poesia, o perfeito encontro entre a forma e o conteúdo, entre a linguagem e a música".
•
• DOMINGUES, EDMIR. Universo Fechado ou O Construtor de Catedrais. Recife: Bagaço, 1996.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
DECASSÍLABOS (EM DUPLA DIREÇÃO)
No íntimo das minhas fantasias
Esteja o espaço que a beleza ocupa
Sem norte como tu me acaricias
Fazendo que a emoção fique maluca
Sentida numa dança imponderada
Paixão sensacional que doma os dias
E ardente explode em única lufada
Aroma que me toca as cercanias
E faz suar a mente de tarada
Furor que em graça tímida abrevias
Furor que em graça tímida abrevias
E faz suar a mente de tarada
Aroma que me toca as cercanias
E ardente explode em única lufada
Paixão sensacional que doma os dias
Sentida numa dança imponderada
Fazendo que a emoção fique maluca
Sem norte como tu me acaricias
Esteja o espaço que a beleza ocupa
No íntimo das minhas fantasias
(Miguel Eduardo Gonçalves)
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Pensando num TRIOLÉ
Morena Rosa
Tua nudez, morena, se divisa,
Em pingos verte saborosa,
Qual força do sangue profetiza,
Tua nudez, morena, se divisa...
Em fúria me cresce e nem avisa,
Incessante orgasmo que matizas,
Tua nudez, morena, se divisa,
Em pingos verte saborosa!
(Miguel Eduardo Gonçalves)
domingo, 15 de abril de 2012
DECASSÍLABOS EM DUPLA DIREÇÃO
No íntimo das minhas fantasias
Esteja o espaço que a beleza ocupa
Sem norte como tu me acaricias
Fazendo que a emoção fique maluca
Sentida numa dança imponderada
Paixão sensacional que doma os dias
E ardente explode em única lufada
Aroma que me toca as cercanias
E faz suar a mente de tarada
Furor que em graça tímida abrevias
Furor que em graça tímida abrevias
E faz suar a mente de tarada
Aroma que me toca as cercanias
E ardente explode em única lufada
Paixão sensacional que doma os dias
Sentida numa dança imponderada
Fazendo que a emoção fique maluca
Sem norte como tu me acaricias
Esteja o espaço que a beleza ocupa
No íntimo das minhas fantasias
(Miguel Eduardo Gonçalves)
sexta-feira, 13 de abril de 2012
sábado, 7 de abril de 2012
Paira...
Paira no ar o que quer que seja, loucura mesmo
Aragem fina que me vibra...
Sabem os versos que as intenções decifram desejos
E na fala de uma estrela que minha janela invade certeira
Esperada palavra indizível por que eu tenha de repente
A música que arraste ao meu céu de olhar em aquarela
Salpicados cristais de luar, se no éter matizado e além
Nas transparências dos sonhos onde sonho respirarmos
O cheiro da noite aventurar-se pelos inconscientes sentires
Dos corpos que se queiram usar-se em poesia inteiramente!
(Miguel Eduardo Gonçalves)
Aragem fina que me vibra...
Sabem os versos que as intenções decifram desejos
E na fala de uma estrela que minha janela invade certeira
Esperada palavra indizível por que eu tenha de repente
A música que arraste ao meu céu de olhar em aquarela
Salpicados cristais de luar, se no éter matizado e além
Nas transparências dos sonhos onde sonho respirarmos
O cheiro da noite aventurar-se pelos inconscientes sentires
Dos corpos que se queiram usar-se em poesia inteiramente!
(Miguel Eduardo Gonçalves)
SUOR EM RIMAS
Fiéis arquitetadas entre si
Dividem-se figuras que imagino
Do jeito que o desejo sente e quer...
Prazer que assalta e tanto me alicerça
Preenchido sentimento se vislumbra
Enquanto o antes dure ininterrupto
Até ser um dilema a descoberto
Na hora em que o furor indisfarçável
Se torna recompensa e eriça os pelos
Co’a voz que vibra assopros nos ouvidos!
(Miguel Eduardo Gonçalves)
Dividem-se figuras que imagino
Do jeito que o desejo sente e quer...
Prazer que assalta e tanto me alicerça
Preenchido sentimento se vislumbra
Enquanto o antes dure ininterrupto
Até ser um dilema a descoberto
Na hora em que o furor indisfarçável
Se torna recompensa e eriça os pelos
Co’a voz que vibra assopros nos ouvidos!
(Miguel Eduardo Gonçalves)
sexta-feira, 6 de abril de 2012
Como Nada
Qual fragmento de luz por entre a fina chuva passa
Exato um verso que em meu desejo afina-se
Vindo em meio a grande tempestade
Prenúncio que orgasmo nasce
(Miguel Eduardo Gonçalves)
Exato um verso que em meu desejo afina-se
Vindo em meio a grande tempestade
Prenúncio que orgasmo nasce
(Miguel Eduardo Gonçalves)
terça-feira, 3 de abril de 2012
SELVA DO MEU SER
Áureo ser // espalha-te
Desfolha // compassadamente
Radiante ser // na cama
Busca-me // orvalha-te
Formoso ser // por entre mim
Repita-me // no ir e vir
Banquete // que desaba
das horas // energias
imprecisas // mente esguia
visita-me // perfume
Olhos fartos // da paisagem bela
Liberta-me // maravilha-me
Céus de viver // abra-se
Estrela-me // a flor
Princípio
Meio
Sem fim...
Luiza de Marillac e Miguel
Desfolha // compassadamente
Radiante ser // na cama
Busca-me // orvalha-te
Formoso ser // por entre mim
Repita-me // no ir e vir
Banquete // que desaba
das horas // energias
imprecisas // mente esguia
visita-me // perfume
Olhos fartos // da paisagem bela
Liberta-me // maravilha-me
Céus de viver // abra-se
Estrela-me // a flor
Princípio
Meio
Sem fim...
Luiza de Marillac e Miguel
domingo, 1 de abril de 2012
DESDOBRANDO-SE QUIMERAS
Invisível dissonante
Na meta dos atos plenos
Que perdura pela mente
Motivos extraterrenos
Sofisticação humilde
De um esforço apetecido
Que se afasta do rebelde
Para ser jardim florido
Persuade por si mesmo
Imaginário carmim
Habitante do lirismo
Mistério em desejo afim
Agitando fantasias
Atributos desejáveis
Como fossem terapias
Inaudíveis, impecáveis
Espiritual romance
Ornado da expectativa
Que à eternidade pertence
Hora subordinativa
(Miguel Eduardo Gonçalves)
Na meta dos atos plenos
Que perdura pela mente
Motivos extraterrenos
Sofisticação humilde
De um esforço apetecido
Que se afasta do rebelde
Para ser jardim florido
Persuade por si mesmo
Imaginário carmim
Habitante do lirismo
Mistério em desejo afim
Agitando fantasias
Atributos desejáveis
Como fossem terapias
Inaudíveis, impecáveis
Espiritual romance
Ornado da expectativa
Que à eternidade pertence
Hora subordinativa
(Miguel Eduardo Gonçalves)
Assinar:
Postagens (Atom)