sexta-feira, 27 de maio de 2011

Há...









Há uma certeza
Na lúcida inconsciência
De não estar...
Essa, que ronda a tristeza
Em sua memória sem sentido!

Aqui, só ilusão
Tudo são imagens
Como a cor da noite
E desta hora
Fluem na febre mansa agora.

Puro êxtase sem remo
Vai pelo espaço inevitável
E sobre quilha quebrada
Rumo ao caos do solitário mar
Que a solidão aquática celebra.

Pois, nesses sentires ocos
É que decifro certas linguagens
Como a das pedras, sem seus deuses
E a de um poema
Com suas equívocas quimeras!

Miguel Edaurdo Gonçalves-

2 comentários:

Anônimo disse...

Das Pedras*

Tenho uma palavra
Um ato a despontar
Como pedras irônicas
Lembrando-me o que não há.

Tenho um poema de flores insaciadas
De homens na labuta
De mulheres acesas
Estirpe de glórias nas lutas.

Tenho um verso inquieto
Emprestando-me tempo
Aluviões da chuva
Indômitas dúvidas.

Tenho uma poesia de incertezas
E sou apenas mais uma voz
Que dá via um lamento
Uma prece
Um juramento...

Eu tenho um poema
No carrossel da vida
E os sinais do céu
Atestam que meu Sol declina
-e nem iniciou o inverno-

Talvez o verso
Faça-se na eternidade das pedras
Ou apenas no simples ato
De viver o agora de fato.
Karinna*

Anônimo disse...

Ah tristeza! Banhada pela lucidez em mar revolto onde surfam revoltadas memórias...
Há! Haverá sempre poesia...até mesmo no oco da escura noite, onde cegos vagueiam os sentimentos, até mesmo os duros como rochas esquecidas pelos deuses...
De mãos vazias ressequidas pela ilusão...quedou-se o remo... a deriva...
Bjsssss
V.Cruz