terça-feira, 29 de maio de 2012
Quindeto - Pelos sentidos...
Pelos sentidos singram turbilhões
Pede o desejo a vez que doma o cio
Sem norte a mente em múltiplos grilhões
Matéria amante faz-se em pontos mil
Exatamente chama, como apões...
Aonde explode o templo, que arredio
Só quer brindar ao espasmo em libações
Achado em falta o puro, já tardio
Que o possuir me invade as atenções...
Lamber com a língua em círculos no pico
Unção eficiente em que me aplico
Na qual as ânsias vão se diluir
Mil vezes desejando as fantasias
Efeitos que me guiam pelos dias
No ser dessa paixão a te anuir!
Miguel Eduardo Gonçalves
segunda-feira, 21 de maio de 2012
DUETO
Sonoriza // Desmistifica
Harmonia primitiva // Lisonja altiva
Fascinante fantasia // Brava como punhal
Tanto de ti // Amanhece
Deslumbra // Penumbra
Diante dos olhos // Extasiadas pupilas
A imaginação // Farta agulha
Do instinto certo // Destino encerra
Faísca // Gritante
Pelo suor // Em oceanos
Como diamante // Brilhante
Da lágrima sorri // O Rei Sol aponta
Selvagem // Romântico
A volúpia aumenta // O desejo mestiço
O delírio de estar // Num só papel
Aí // Aqui...
Miguel // Luiza de Marillac Bessa Luna Michel
quarta-feira, 16 de maio de 2012
LXXII - Elixir de sonho bom-
No jardim dos pensamentos
A vontade da promessa
Dá comando aos sentimentos
De fazer suar à beça...
Lá se formam bons momentos
Sensações disparam pressa
Pelos corpos mais sedentos
Em que a ânsia recomeça
Pra deleite da visão
Rebolante luz de velas
A pôr fogo na ilusão
Desfazendo-se em quimeras
Tal como ondas de um marzão
Pelo estar no meio delas!
Miguel Eduardo Gonçalves
sábado, 12 de maio de 2012
Sextina em composisão coletiva
TRISTE SORTE DE ALZIRA?
r - Ah! Não venhas tu Alzira
p - enganar-me uma vez mais!
r - Tu tens sete tretas, louca!
p - E o que eu mais quero hoje é paz.
r - Todo o ardor foi só mentira...
r - Enganar-me é coisa pouca?
p - Enquanto há farinha pouca,
r - Catas teu quinhão, Alzira!
p - Mas quase tudo é mentira:
r - Muito de ti nem sei mais!
p - Cheguei a perder a paz
r - Tua tens a alma mais louca!
p - Mas não penses que és só louca!
r - Virtude, se tens, é pouca!
p - Não sabes viver em paz.
r - Triste sorte, a tua, Alzira...
p - Contigo não posso mais;
r - negar isso é vã mentira
p - e eu não suporto mentira,
r - pois é mal de gente louca!
p - Vou dizer-te uma vez mais:
r - "Virtude, se tens, é pouca"!
p - E não é qualquer Alzira
r - que me tira toda a paz!
p - Mas vamos viver em paz?
r - Deixa de lado a mentira.
r - vem pro lado bom Alzira;
r - declinar é coisa louca!
m - Ideia da coisa pouca
m - Que não deve pensar mais.
m - Esquece a mentira, e mais,
m - Viaja do inferno à paz,
m - Que se a vida é coisa pouca,
m - Tua a fizeste mentira,
m - Por deixá-la assim tão louca
m - À tirana sorte, Alzira.
m - Alzira, queiras não mais,
m - Louca, afastares a paz,
m - Mentira é fortuna pouca!
r - Ronaldo Rhusso, p - Paulo Camelo e m - Miguel Eduardo Gonçalves
Sextina composta em http://descansodasletras.forumeiros.com/
r - Ah! Não venhas tu Alzira
p - enganar-me uma vez mais!
r - Tu tens sete tretas, louca!
p - E o que eu mais quero hoje é paz.
r - Todo o ardor foi só mentira...
r - Enganar-me é coisa pouca?
p - Enquanto há farinha pouca,
r - Catas teu quinhão, Alzira!
p - Mas quase tudo é mentira:
r - Muito de ti nem sei mais!
p - Cheguei a perder a paz
r - Tua tens a alma mais louca!
p - Mas não penses que és só louca!
r - Virtude, se tens, é pouca!
p - Não sabes viver em paz.
r - Triste sorte, a tua, Alzira...
p - Contigo não posso mais;
r - negar isso é vã mentira
p - e eu não suporto mentira,
r - pois é mal de gente louca!
p - Vou dizer-te uma vez mais:
r - "Virtude, se tens, é pouca"!
p - E não é qualquer Alzira
r - que me tira toda a paz!
p - Mas vamos viver em paz?
r - Deixa de lado a mentira.
r - vem pro lado bom Alzira;
r - declinar é coisa louca!
m - Ideia da coisa pouca
m - Que não deve pensar mais.
m - Esquece a mentira, e mais,
m - Viaja do inferno à paz,
m - Que se a vida é coisa pouca,
m - Tua a fizeste mentira,
m - Por deixá-la assim tão louca
m - À tirana sorte, Alzira.
m - Alzira, queiras não mais,
m - Louca, afastares a paz,
m - Mentira é fortuna pouca!
r - Ronaldo Rhusso, p - Paulo Camelo e m - Miguel Eduardo Gonçalves
Sextina composta em http://descansodasletras.forumeiros.com/
terça-feira, 8 de maio de 2012
SEXTINA
Pusesse por acaso o olhar temente
Em foco o alcançar do universo
Mentira certamente tal pensar
Verdade que sonhou imperiosa
Porque ela se fez demais sutil
Pensar criterioso e aprisionado.
Nos rouba um coração aprisionado
A glória lastreada no temente
Prazer que se destaca por sutil
Medir-se mui deveras universo
Qual nada de uma sombra imperiosa
Desperte-se sublime no pensar.
E agora a separar-se tal pensar
Embora esteja perto, aprisionado
Nos traz enfim a paz imperiosa
Sentida na verdade mais temente
Em vida adormecida no universo
Do ser de um mundo excelso e tão sutil.
Que o homem por querer-se de sutil
Melhor que um murmurado tal pensar
Assopre-lhe de fato do universo
Trazida do infinito aprisionado
U’a mente concebida na temente
Incógnita verdade imperiosa.
Dizer do amém na reza imperiosa
A graça que se faz por mais sutil
Que tão repetitiva jaz temente
Na brisa acumulada no pensar
Herói interessante aprisionado
Um mártir salvador deste universo.
Pudéssemos dizer ao universo
Que a própria gala cai-lhe imperiosa
E assim o dele céu aprisionado
A nós se abriria, por sutil
Se após a morte à alma esse pensar
Vivesse ainda atrelado e assaz temente...
Temente então olhando pro universo
Pensar nessa eminência imperiosa
Sutil, que inda lhe faça aprisionado!
Miguel Eduardo Gonçalves
domingo, 6 de maio de 2012
sábado, 5 de maio de 2012
COLAR DE TROVAS
COLAR DE TROVAS – (FILEMON-Itanhaém e MIGUEL-São Paulo)
Monumento de Cultura
que o mundo já conheceu:
é Portugal que fulgura,
porque Camões não morreu. (Filemon)
“Porque Camões não morreu”
o soneto sobrevive:
pelos versos que me deu,
melhor rima que já tive. (Miguel)
“Melhor rima que já tive”
quando falo de emoção,
minha poesia convive
com a luz da inspiração. (Filemon)
“Com a luz da inspiração”
no sonhar da eternidade,
eis aí o meu refrão
de manhã até de tarde. (Miguel)
“De manhã até de tarde”
quero promover o amor,
amor com intensidade
que apaga do mundo, a dor. (Filemon)
“Que apaga do mundo, a dor”
eis aí o bom motivo,
pois amar tal uma flor
como um sonho, faz sentido. (Miguel)
“Como um sonho, faz sentido”
crer e amar, como ninguém,
que este gesto desprendido
não machuca, só faz bem. (Filemon)
“Não machuca, só faz bem”
como encantos, sonolentos
viram brasa, e se mantêm
com o desatar dos ventos. (Miguel)
“Com o desatar dos ventos”
farfalhando em arvoredos
nascem sonhos, sentimentos
que sufocam nossos medos. (Filemon)
“Que sufocam nossos medos”
e anunciam a beleza,
pela parte dos enredos
toda cheia de firmeza. (Miguel)
“Toda cheia de firmeza”
a vida começa agora,
prometendo, com certeza,
a luz de uma nova aurora. (Filemon)
“A luz de uma nova aurora”
faz tremer as sensações,
não fosse eu quem te adora
quem seria teus senões. (Miguel)
“Quem seria teus senões”
no prazer desta leitura,
só Luís Vaz de Camões
MONUMENTO DE CULTURA. (Filemon)
(Parceria entre Filemon F. Martins e Miguel Eduardo Gonçalves)
quinta-feira, 3 de maio de 2012
CEGA OBEDIÊNCIA
A quem do puro amor anda pasmado
À fuga de seus súbitos suspiros
A ponte ao tempo aberta desmorona
Gerando a solidão fadada ao vício
Parece que entre si há uma tormenta
Uma bala sozinha em pé de guerra
Que palavras existem para a guerra
Que a um ser humano faça não pasmado
Não digam a ele estar numa tormenta
Clamando pelos ares aos suspiros
Indiferente fel como o do vício
Fato que em consciência desmorona
Cada instante se prende e desmorona
Consigo a paz é a luta pela guerra
Um desengano ardendo pelo vício
Que o pranto de raivoso o faz pasmado
Da falta de valor dos seus suspiros
Suplício dos infernos, que tormenta!
Com os sentidos ocos da tormenta
O senso de justiça desmorona
E quando tudo chega por suspiros
Na busca do alimento faz-se a guerra
E o corpo tão perfeito, de pasmado
De alma vazia morre pelo vício
Se a perdição é feita pelo vício
O suplício da dor traz a tormenta
E o mísero remorso jaz pasmado
Porquanto a dignidade desmorona
No escuro que floresce de uma guerra
Em que se alonga o império dos suspiros
Perece aos olhos como em suspiros
Lhe chega leve e forte como o vício
Que esmaga o coração a própria guerra
Depois de aventurar-se na tormenta
E ser vontade só que desmorona
Fechando-se à visão porque pasmado
Se termina pasmado qual suspiro
E exausto desmorona, ao vento o vício
Agoniza em tormenta e finda a guerra
Miguel Eduardo Gonçalves
terça-feira, 1 de maio de 2012
Pensando numa RETRANCA...
ESTELARMENTE
Basta um momento de atenção
Ao que se perde na distância
E qual num filme de ficção
A explicação de uma vacância
Há no sentir diretamente
Do imaginário convincente!
Pois é propósito pra tudo
Qual suspirar de uma fornalha
Estado d’alma tão polpudo:
Que tal paixão se passaria
Num céu perdido na euforia
(Miguel Eduardo Gonçalves)
A Retranca, uma forma poética que se caracteriza por um esquema em quatro estrofes com a seguinte disposição: 4,2,3,2, com oito sílabas métricas por verso, onde o quarteto tem assonâncias no segundo e quarto versos; o primeiro dístico com assonâncias EMparelhadas; o terceto com assonâncias no primeiro e terceiro versos da estrofe e um dístico final com rimas consonantais. Fonte: Descanso das Letras.
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