segunda-feira, 30 de novembro de 2009

-um poema não tem fim não-


















Figuras de nuvens desenhadas outeiro
Revelam fosforescências em brisas
Na maneira de sentir beleza nas pupilas
Onde a atmosfera é rarefeita! Eclipse!

A vontade tem lugar nos sinos
Como o cair da folha seca na dobra
Da névoa que desce –que tolda-
E paira sobrenatural relevo, concepção

Volúpia em vista magnífica da varanda
Mais delicada como jamais se viu a fímbria
Na afeição que dá sentido às cores de nós
E que faz o amor insaciável poesia em Sol.
Miguel- & Karinna*

Outeiro
Em brisas
Nas pupilas
Eclipse!

Nos sinos
Na dobra
-que tolda-
Relevo, concepção.

Da varanda
A fímbria
De nós
Poesia em Sol.

Karinna*

domingo, 29 de novembro de 2009

MÁSCARA

A PÁLPEBRA


Sou o que se fora espuma
Da fábula espasmo
Ilha perdida na mente

Sou o tempo
Disfarce
Do alto mar

Da palavra incerta
Como o pó
No bojo da verdade

Devoro o monótono
O monólogo
O disfarce átono

Miguel-

sábado, 28 de novembro de 2009

Nas garras de u'a mente entorpecida

Nas garras de u’a mente entorpecida
A vontade degusta e deixa às claras
Onde é que toca e bebe o céu da vida
E fato por que mais te apaixonaras

Pois no prazer que o cetro dá a medida
A atmosfera mostra como encara
Certo oásis delira em acolhida
Mais doce que açúcar demerara

E tudo é degrau que ao outro leva
A vibração que cheira a maresia
Que ondula e que retine enquanto ceva

É aquela coisa louca que extasia
Que faz sentir o corpo ser em névoa
E estar inteiramente em afasia

Miguel-

domingo, 22 de novembro de 2009

DESEJO

O meu desejo pede sofisticação
Consequência que serve para o contentar-me
Na estrutura real que traz a evolução
Cuida-se a certeza, que nunca se desarme

Assim meu racional ordena à tentação
Jurando propriamente ser carne por carne
Cupido da lascívia seja presunção
Absoluta premissa una como um charme

De qual vontade clara goze o atrativo
Teu, chama da libido seja combustível
Ao me trazer o céu onde estarei metido

Assim esse querer se torna aplicativo
Fazendo-se faminto e loucamente crível
E dessa forma olhando, esquece que é inibido

Miguel-

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

CONFISSÃO






















Na imagem
Sombra quente
Que fana
Extrema excitação
De outros dias
Pisa em flores
Frágil demais
Composição
De papel rasgado

Miguel-

terça-feira, 10 de novembro de 2009

ENTARDECER ENFEITIÇADO





















O sol adormece na vidraça, tinge de louro as paredes, e espalha um sono leve além dos limites de inverno, fruto de seus raios, pelo chão, de encontro ao odor dos corpos, eclipsando suaves tons lilases, capazes de fazer entardecer.

Os espelhos, assustados como loucos, brilham em olhos de sábio que veem nos caminhos arborizados os sentidos das palavras dos poetas, e enxergam o fundo de um lago cristalino, nesses olhares mesmo a refletirem o azul de um céu ardente de paixão,
a queimar como perfume.

Mas é já no escurecer, que do sombrio do tempo a chuva aparece, trazida por rajadas crispadas, que zombando invadem o espelho d´água da janela e a sua imagem, manchas de opaco.

E nas almofadas distorcidas excitam-se os movimentos a rolar de galopes açoitados noite afora, inflamados defronte ao inconsciente crepitar do fogo entre as nuvens pensativas do feitiço!

Miguel-

Cálida...

Cálida pele nua de criança
Descalça, gota só de luz consiste,
Que beleza em arco-íris deriva
Eclosão da flor na terra dos sonhos...

Dormido sono na cantiga-dança,
Despertar mais puro, nenhum mal-triste
Da noite clara-estrela e tão cativa
Fulgor terá dos ares mais risonhos,

Retrato pintado a tinta de sol,
Caricioso perfume-verão,
Florido halo, esplendor-girassol!

Recordação que não basta à ilusão,
Vejo-te reflexo sob o lençol,
Vício meu da memória a prestação.


Miguel-

sábado, 7 de novembro de 2009

Mil Olhos-



Com a sonoridade dos bocejos
Palavras vazias caíam
Inaudíveis
Das bocas que olhavam
Um romance, talvez
Uma pintura famosa
Um poema ornado de surpresas
Agitando fantasias
Espremendo o cérebro na expectativa
Entre a escolha de atributos
Declaradamente desejáveis
Passos impecáveis em desfile
Girassóis sobrenaturais
Elevando sonhos à realidade
Como exceções espirituais
Objeto de desejo
Na rua iluminada de mil olhos

Remix
Miguel-

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

ATRIZ























natural descuido
arte a cada gesto
lhe corria a tez
o pensamento
em febre alucinada
segredo em captura

infernal visão
que vaga
respinga súbito
e rola, separando-se de vez
subjuga-se
mal-comportada

Miguel-