terça-feira, 17 de julho de 2012





A noite cai e insiste sem rugido

Como ao olhar constrói-se novo dia

Quando tudo o que traz vai ser vivido

Festim -a todo pano pr’uma orgia-

Que escorre consumindo-se incontido...


Cada aroma esvoaça em fantasia

Vício mais raro volta florescido

Tal como sangue ferve e extasia

Prazer imenso faz-se acontecido


E o tempo, meu destino que, indomável

Ondeia pelos sonhos formidável

Delira em tantas cores, penetrante...


Quem somos é o princípio, é o extremado

Momento d’alma a corpo agasalhado...


Em cada espasmo a estrela em céu distante!


Miguel Eduardo Gonçalves



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