segunda-feira, 31 de agosto de 2009

DESINTELIGÊNCIA

Atrás da porta, ante passos furtivos, treme, será de medo?
De súbito um furor tímido deixa escapa-lhe o exasperado, mas só consegue acalmar as batidas surdas de um coração que atordoa o cérebro, com o distinguir coisa nenhuma em palavras que joga ao vento, como se estivesse se relendo. E o pensamento se transforma na medida em que lhe varia o humor entre o racionaç e o irracional!
Do outro lado uma parceria fustigada, em cujo ar de espanto transparece a irritação. Agora, já distante das palavras, que não valem mais, perderam o sentido diante de tanto desvario que retine ao sabor do acidental, este que oscila ao sabor das intempéries que permeiam dias infelizes, em altos e baixos típicos de uma arquejante personalidade quando se vê encurralada diante da sombra, o que resta é acreditar que o verbo cria a imagem, para sem mais indagar, possa declarar que todo o artifício, qual síndrome, é contra o equilíbrio.

No espelho do desespero, o enigma, que não se sabe quem possa desvendar... A família, talvez, e um médico psiquiatra, quiçá, possam ajudar. Quem sabe umas pílulas de lítium!

As pessoas são surpreendentes às vezes, entre as parvoíces acabam por demonstrar a falta de delicadeza dos sentimentos, e misturar no mesmo saco de lixo todos os momentos em que foram realmente enganadas, com aqueles outros, que não precisam estar dissimulados.

Miguel Eduardo Gonçalves

domingo, 30 de agosto de 2009

COISA SECRETA























COISA SECRETA
Desejo inesperado
Goteja
Ginástica
Arrebata
Me põe ansiosa
Em suspense
Alicia
Segundos eternos
Que parecem anos
Como enlouqueço

Miguel Eduardo Gonçalves

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

MINIHAIKAI

Dia sombrio
Olhares vazios
Lago morto

Miguel-

terça-feira, 25 de agosto de 2009

QUERO


















QUERO

Um mínimo verso
Que se baste em si
Jeito de querer demais
Um gole de ti

Quero o ar da sorte
Que haja em mim
Eclosão do amor no máximo
Linguagem una do carmim

E na rima das fábulas
A fração que afiança
Ser o HIT do momento
Uma voz que não descansa

Quero muito além do agora
No segredo dos sábios
A exclusiva tez que enflora
A noite dos teus lábios

Miguel-

sábado, 22 de agosto de 2009

BELA COMO UM ASTRO



Longos cabelos ao vento
Desenrolando-se das espirais

Sangue de menina nas faces

Sua irmã bem poderia ser a brisa
E eu quem jamais a desagradasse

Miguel-

APETITE-


Ao redor
Anseios
E o rito

Miguel-

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

SUMO



Em mais nenhum lugar
A umidade
Estreita o indizível
Procura gosto
No cheiro do mar
Beleza na dança
Que faz rir e sonhar
Erotismo
Que vem pelo vento
E paira no ar

Miguel

MASCULINA

Entre o sono
E a vigília

Que ideia

Miguel-

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

TRAMAS
















Cheiro há que se experimentar
Vivesse na cadência dos rios
E à deriva a vida seguiria
Como se de vento o corpo
Fosse a forma, a substância
E por descuido
De uma janela fechada
A manifestação de fora
Se desse apenas n’alma

Insensível o azul do céu
Ou então o dia escuro
Decifrado dessa forma
Impalpável

E o querido amor
Como a trama do mar
Incalculável paixão
Sonho aventureiro
Real seria e forasteiro
Despontaria
Sem se firmar

Miguel Eduardo Gonçalves

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Carimbo do Teu Cheiro



Ensina-me
A mim, à minha língua
O caminho da nascente
Ao monte arrepiado
Tenho sede
Vulva indecisa
Ardo, por dentro
O sentimento crepita
E por fora a pele clama
O que as mãos reclamam
Incêndio do delírio

Tua Marca Registrada

Miguel Eduardo Gonçalves

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

MINIHAIKAI

Nos pássaros
É primavera
E luz

Miguel Eduardo Gonçalves

domingo, 9 de agosto de 2009

MINIHAIKAI

Um seio
Ergue-se em lua
No céu

Miguel Eduardo Gonçalves

terça-feira, 4 de agosto de 2009

POETRIX

O prazer de ver-

Sem conselheiro outro
Sem outro guia
Que a fantasia

Miguel Eduardo Gonçalves

domingo, 2 de agosto de 2009

POETRIX

DA FECHADURA
A claridade vinha
O menino
Filtrava o furinho

Miguel Eduardo Gonçalves

sábado, 1 de agosto de 2009

HAIKAI

Domínio da arte
Na velhice prateada
Céu de nuvens brancas

Miguel Eduardo Gonçalves

ROSICLER

















Semeando a palestra de semblantes afetados
Sentia conselheiro, que inteiro o seria separar-se
Como reboco da parede, da florzinha os sentidos
Que vira tão sensibilizados
E na grande aparência do bom-senso
De certo modo desprezava a resposta
Que lhe desse o sentido da questão...
Na pauta, a lua onde serpeiam cobras
Serve de lâmpada ao festim
E serenam lindas num jardim
Em meneios vagarosos, sibilinas
No descanso das paixões
A polissemia
Deliciosa

Miguel Eduardo Gonçalves