sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Dedo de Prosa de Inverno

Por ser esta a minha opinião, talvez na verdade uma revelação, desde o romper do mês domina-me a consciência um reflexo róseo, coisa de primavera. O sangue mais facilmente chega à face, como nasce a brisa despenteada, parecendo tonta. São os sentidos de prontidão exacerbando as cores, os odores, os sabores e os sons. E um primeiro raio de sol vira vapor quando escorrega entre os galhos. Que honra pertencer a este mundo e distingui-lo! Poder pintá-lo cor de outono, amarelecido... As árvores despidas, vãs raparigas, quase escondidas, pela vegetação amiga! Era a terra enevoada, e os pássaros nos ninhos, que pareciam despertar... o verão!

Miguel Eduardo Gonçalves


Nenhum comentário: