segunda-feira, 31 de agosto de 2009

DESINTELIGÊNCIA

Atrás da porta, ante passos furtivos, treme, será de medo?
De súbito um furor tímido deixa escapa-lhe o exasperado, mas só consegue acalmar as batidas surdas de um coração que atordoa o cérebro, com o distinguir coisa nenhuma em palavras que joga ao vento, como se estivesse se relendo. E o pensamento se transforma na medida em que lhe varia o humor entre o racionaç e o irracional!
Do outro lado uma parceria fustigada, em cujo ar de espanto transparece a irritação. Agora, já distante das palavras, que não valem mais, perderam o sentido diante de tanto desvario que retine ao sabor do acidental, este que oscila ao sabor das intempéries que permeiam dias infelizes, em altos e baixos típicos de uma arquejante personalidade quando se vê encurralada diante da sombra, o que resta é acreditar que o verbo cria a imagem, para sem mais indagar, possa declarar que todo o artifício, qual síndrome, é contra o equilíbrio.

No espelho do desespero, o enigma, que não se sabe quem possa desvendar... A família, talvez, e um médico psiquiatra, quiçá, possam ajudar. Quem sabe umas pílulas de lítium!

As pessoas são surpreendentes às vezes, entre as parvoíces acabam por demonstrar a falta de delicadeza dos sentimentos, e misturar no mesmo saco de lixo todos os momentos em que foram realmente enganadas, com aqueles outros, que não precisam estar dissimulados.

Miguel Eduardo Gonçalves

4 comentários:

Beatriz Prestes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Poemas e Cotidiano disse...

Miguel,
O que posso dizer desse seu escrito?
Tao bem descrito! Voce tem a capacidade de pegar sempre a "essencia".
Por isso voce eh um GRANDE POETA! E tem por qualidade algo que poucos tem: humildade.
Magnifico texto meu amigo, e acredite, eu o entendo desde a primeira linha ate a ultima!
Beijo carinhoso
Mary

Marilândia Marques Rollo disse...

Texto que nos remete a produndas reflexões vivenciadas no cotidiano e que não raras vezes passam despercebidas.
Além de tema relevante, Miguel querido, a abordagem poética inserida no bojo exalta sobremaneira sua capacidade intelectual, sem deixar de lado a nata inspiração:"...misturar no mesmo saco de lixo todos os momentos em que foram realmente enganados, com aqueles outros, que não precisam estar dissimulados."
Excepcional!!!
Carinho e beijo.
Marilândia

Marilândia Marques Rollo disse...

Correção no comentário: onde se lê ENGANADOS, leia-se ENGANADAS.
Marilândia