Sopro forte do vento, horripilante
Timbre viril no sangue, a inconsequência
Presente, é forma vã, grande insolência
Indulta a clara inépcia, num instante
Que não se muda mais, pela insistência
Caos humano, febril e triunfante
No rito de um monólogo lesante
Muda-se um ser, emblema da decência
Por certeza do muito que imagina
Ser a perseguição mal que arruína
Tanto intimida o açoite da desgraça
Que o amargor lhe flui como ravina
São resíduos da vida que disfarça
O que a memória esconde numa farsa
Miguel Eduardo Gonçalves
Um comentário:
Poeta dos versos de ouro, querido Miguel, acrescentas a tua fabulosa coletânea mais uma preciosidade.
Beijo com carinho.
Marilândia
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