sábado, 3 de dezembro de 2011

ARCO-ÍRIS





ARCO-ÍRIS

Ali no céu
Em louco empenho
Nuances

Através dos vales
Ar parado
Veste o espetáculo

Aos olhos
Algo diverso
Impalpável

Riscas em volteios
Vibrantes
De emoções

Fachos sensuais
Serenados
De Sol

(Miguel Eduardo Gonçalves)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

flamboyant*


















flamboyant*



as ramagens multicores

são versos despidos

são tramas de amores



os olhares são d'alma

as esperas são doídas

como um uivo de um lobo na alva...



sonho um xale de carícias

as palavras num poema

as ilusões benditas...

-e tudo me escapa-



o flamboyant no cume

é só uma miragem

de um coração sem lume...



Karinna*

domingo, 30 de outubro de 2011

REVELO-



REVELO-
Venho à origem
E nada me demora
Como o plácido sono
Nele as ruas desenhadas
Apenas pelo aroma domam
E em cada instante presenteiam-me...
Encanto que não se despedaça
Porque acolhe o ‘eu’ refúgio
Forma intocável e calma
Bailarina interior
Meu grão
(MEG)

Descoberta


Descoberta
do silêncio
onde a íris do medo
brilha intacta
tão leve sugestão
escapa da urgência
como o sol que enlaça!
Perdida e encontrada
é o que nos mata
a bater na porta do luar
que pega por toques
e que a tudo absorve...
Com força de aquarela
no instante sublime
o voraz de uma estrela da tarde
cingindo o desejo
no indizível das línguas
em cada gesto plantado
acontecendo em sedução
ida sem retorno
e percorre a magia
-dos afagos descoberta-

Miguel Eduardo Gonçalves

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O que há?

Aquele nó-
que aperta a respiração,
sufoca,
de avermelhar o branco dos olhos.

Por que?

Saudade-
muito forte,
a ponto de pensá-la presente realidade,
porque nela minh'alma está
persistindo quotidianamente,
a roubar o mais precioso de mim,
o de saber-me ser como amadureci
e que vejo ausentar-se de minha eternidade.

Página virada, sei,
há várias,
mas que farfalha ainda no coração
como coisa natural minha, nata,
que jamais se afasta.

Sei onde estou agora
e nem me pergunto o por quê,
é nova etapa que se abriu
para assumir a anterior que se foi
mas não morreu, o que não contesto;
às vezes a vida me guia.

Tudo se acabaria se eu me calasse,
caminho tropeçado em letras
entre o horizonte da minha jornada
e a lembrança que dorme entre os guardados.

É isso:

Estou guardado dentro de mim-
e às vezes não me reconheço;
voz amargurada que escuto sem sentido
e a memória não tritura, não me digiro!

O que sonho está lacrado no sangue,
ternura que não quer se apagar,
verdade a sete chaves guardada
num masoquismo interior sem fim
que permanece como céu que lá está
a cuidar do meu tempo
alimentado o silêncio
das minhas palavras soltas...

(Miguel Eduardo Gonçalves)

sábado, 17 de setembro de 2011

-Personagem da Índole-




















Em plena ebulição de uma beleza insana a inibição etérea via-se nas máximas
Pelos sonhos indizíveis precisamente durando no tempo em pulsações...

Indagadora confidência de um viver por que se divisa a vontade reflexando
Raiares do leitoso dia pelo vale formado entre os batentes da janela
Em belo quadro em que se desenha a vontade concreta embora flutuante algodão
A própria imagem a se propagar como éter numa promessa apenas -entre lençóis-

Caos de interjeições ante a farta exclamação da ótica lunar que forte se propaga
Sublimando o esforço concentrado de um sol que já se esquiva esplendorosamente loiro!

(Miguel Eduardo Gonçalves)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Artimanha da Arte

Instala-se vagarosamente
No que as palavras ocultam
Mas inominadas, tocam
Dizem nada
Parece que deslizam transparentes
Entanto feições de gritos d’alma
Nem chegam a nascer
Calam-se intocadas, hesitantes...

Venenos poéticos quiçá
Prezam o deboche
Porque extraem todo um “clima”
Num ar estranho e rancoroso
De algo maravilhoso
Miseravelmente!

Será que jamais terá fim?

Se o trono se quebra
Rir-se-á da maldade infinda
De um privilegiado cérebro
Habitado de tudo que é oco, enfim.

Será esse o grau da sensatez humana
Quando analisa o significado das palavras
Extrapolando dos poetas a sensatez
Posto que dão significado ao mundo
Em arte pura, simplesmente...

Miguel Eduardo Gonçalves

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

PRESENÇA





















No silêncio germina
Emoção renascida
Seiva do tempo consciente
Que a pensa e dá-lhe forma
Porém, simultaneamente
Tateando o nada, sabe
Que reviver não pode

Miguel Eduardo Gonçalves

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

DO MAIOR DOS PRAZERES-























DO MAIOR DOS PRAZERES-

E chegas tu agora
À superfície d'alma
Em busca do alimento
Com que sonhaste um dia
Remexendo a ficção
De um sonho incendiado
E às portas dessa hora
Fato que não se acanha
Em teu corpo o momento
Que incita a bigamia
Matando a indecisão
De que estive tomado

E entras por um segredo
Com teu mágico ser
Em jeito de serpente
Me virando a cabeça
Estagnando o vazio
Desta pureza amante
Que agora te concedo
Mulher de endoidecer
Altiva e impaciente
Por esta joia acesa
E de livre alvedrio
Meu sol assediante

Carinho sem demora
Que desperte o folguedo
Que te pira e te acalma
E me faz renascer
Com meu ímpeto atento
Da paixão mais veemente
Capricho da energia
Perante essa nudeza
Inteira sedução
Pela qual me extasio
Vencido, apaixonado
Meu vício delirante

Miguel Eduardo Gonçalves

sexta-feira, 29 de julho de 2011

CONCHA DA PÉROLA MAIOR
















A sutileza
Como grassa
Livre de regras
Por impulso
Como a sexualidade
Da íntima carícia
Sem espaço para mais nada
Por ser costume
Em que se ancora a fantasia
Qual cheiro que vicia
E leva a um lugar apenas
Onde a sinfonia é domada
Pela intensidade do ser

Miguel Eduardo Gonçalves

quinta-feira, 28 de julho de 2011

CONTENDA
























Como noite que à paisagem se apega
Mira-se mulher desejada sempre
Do vidro da vitrine onde nasceu
Resplandecente cena em fantasia
Impressão visual precisamente
E sorte de um prazer que se adivinha
Do feminino jogo do erotismo
Hipnótico encanto, essência do belo
Feita só instinto em forma de corpo
E achada no dilema dos olhares

Miguel Eduardo Gonçalves-

terça-feira, 26 de julho de 2011

POEMA SEM VERBOS

Bastante para mim, aos outros um apenas
Magnífico e grave no ôco dos poemas
Em prosa e verso o ousado raio da razão
Paixão amargurada, falsa e atraente
Dos beijos, poeira, remédio porventura
Mas da alquimia passageira, essa loucura

Pois da miragem, a conclusão: puro branco
Outro mundo fugidio, -sem opinião-
Um saltimbanco, certamente melancólico
Por entre o doce das carícias do cetim
Enfim em meio dos prazeres e sentidos
Da diferente e todavia sensatez

Miguel Eduardo Gonçalves-

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Consciência da razão-

Escreveu um trovador
Que o eterno tão sonhado
Em palavras com fervor
Deve estar num *baseado!

E continua opinando,
Falando coisas sensatas,
Da natureza observando
As durezas, as bravatas:

Terremotos e ciclones
A miséria, a pestilência
Implacáveis cicerones
Dos caminhos à vivência.

Bom seria que existisse
Nosso mundo sem as dores,
Isento da vigarice,
Liberado dos horrores...

E se isso acontecesse
Milagre seria um fato
Lastreado com a benesse
Dada a um paraíso nato!


Miguel Eduardo Gonçalves

terça-feira, 19 de julho de 2011

LV - Bastante nos furores do "eu lírico"

De um primoroso ver aonde alcança
Em cada rima fácil que adivinha
Dos soberanos versos que afiança
Habitarem em cada entrelinha
As cores todas próprias da festança
Na vida a natureza como aninha
A pena do poeta nessa andança
Que tanto no sentir redemoinha
Na mais indiferente solidão
Pois que o momento feito no abstrato
Acresce a cada letra uma razão
E expande-se vontade o refutado
Prazer do sangue novo da paixão
Que assim passa a valer como recado

Miguel Eduardo Gonçalves

sábado, 16 de julho de 2011

PEQUENO INFINITO

Na caligrafia firme
Do desejo insofismável
Um pensamento suave
Em capricho se define

Filme do seu movimento
Traz-me adorável empatia
Chave secreta do beijo
Magazine em que me fixo

Eis que teima sem limites
Com persistência imutável
Crescente em força atrativa
Seus prazeres aos milhares

Tão acintes, tão possíveis
Que o inapelável tesão
É intimativa vertente
Desses mares tanto meus

Miguel Eduardo Gonçalves

terça-feira, 12 de julho de 2011

DESEJO AMANTE























Cruzar contínuo de divinos ares

Longe dos males, no torpor dos mimos

Na luz dos sonhos que risonho apus

Na longa história que tanto seduz...

Teus merecidos, em sagrados traços

impetuosos como devem ser

Deixam-me louco por vaidoso estado

Posto que busco na vontade o ato!

Já nesse urgente em que me nasce a hora

Rito da alma que o amor consente

Razão se afasta, como sei que adoras...

Que em belo sexo que o apetite sente

Rende-se a regra de uma flor agora

Fugindo ao laço, que se faz ausente!


Miguel Eduardo Gonçalves-

quinta-feira, 7 de julho de 2011

DÉCIMA EM DECASSÍLABOS HERÓICOS

Privado entre meus lábios teu prazer
Que neste sutil gesto a mim transmito
Quando a paixão implora, e como fico
Enlouquecido enquanto eu possa ter
Vontade do viver que amor aflora
No íntimo graçando o mais liberto
Cenário por detalhes dessa estória
Alçada de um orgástico e diverso
Estado decomposto num repente
Esperado de um ato competente


Miguel Eduardo Gonçalves

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Ah, que maravilha!

















Sair da condição, impossível
Vívida em seminal vapor
Bastante para alavancar satisfação
Resolve-se por si, e em si
Porque é a melhor coisa
E única solução
Para o encontro do fio da meada
No inevitável da sensação
Dos movimentos acelerados.

Em perspectiva privilegiada
Uma boca na gota do elixir
Ao compasso da batuta
Que repassa por todos os olhos
Inclusive os meus!
Que mãos inquisitivas
Tanto quanto as minhas
Pelo espelho de vários quilates
Apuram-me o faro que te galga alado
E que desejo pedinte
Ansiando pelo soar do sino
O badalo em flexíveis formas!

Dos segundos eternos, como enlouqueço
E na perfeição do ápice
Que estrondoso circunda
Serena magestade esculpe-se
Num caos de exclamações
Onde encerra-se a razão
Que pinta o clima...


Miguel Eduardo Gonçalves

foto claude fauville

domingo, 19 de junho de 2011

DISPERSÃO














mapa da escuridão inebriada

já nos teus olhos abre-se incessante

um corpo em claridade leve e intacta

e posso ver-te obra florescida

em paisagem que aos olhos faz enfeite

nas linhas dos suspiros mais secretos

posso tocar na flor perpetuando

líquidos vivos, línguas metafísicas

em que a noite galopa insaciável

num instante em que extático te miro


Miguel Eduardo Gonçalves

sexta-feira, 17 de junho de 2011

ORDEM DO DIA

















Ordem do Dia

Que não se deve estancar
Quando o pensamento a encontra
A pavonear suas galas...

Plantada na veia e tida
Como tensões que soluçam
Onde a inspiração começa
É desejo que se encontra
Entre a vibração dos versos
No alicerce do querer
Em que gestos se enamoram
Por costumes, emoções
E caprichosas estrelas!

Miguel Eduardo Gonçalves-

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Vê...










Vê, aqui onde tocamos
É que fomos sonhos
Castelos de areia
E agora expostos somos
Emissários do desconhecido
Onde é tudo graça etérea

Morde a carne por dentro
Uma euforia que tortura
E longa é como a saudade
Que se aprofunda pelos corpos
No exato que os pelos captam

Eis a anatomia da exaltação:
Onde o desejo cintila mais
É no porquê do se afirmar,
Segredo em que mora a negação!

Miguel-

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Há...









Há uma certeza
Na lúcida inconsciência
De não estar...
Essa, que ronda a tristeza
Em sua memória sem sentido!

Aqui, só ilusão
Tudo são imagens
Como a cor da noite
E desta hora
Fluem na febre mansa agora.

Puro êxtase sem remo
Vai pelo espaço inevitável
E sobre quilha quebrada
Rumo ao caos do solitário mar
Que a solidão aquática celebra.

Pois, nesses sentires ocos
É que decifro certas linguagens
Como a das pedras, sem seus deuses
E a de um poema
Com suas equívocas quimeras!

Miguel Edaurdo Gonçalves-

terça-feira, 24 de maio de 2011

FANTASIA HABILIDOSA












FANTASIA HABILIDOSA

Floresce em desejos
Voluptuosos
Noite pendula
Consome-se

Vencido é o amor
Noutras venturas
Vencida a vida
Marchetado de inexplicáveis
Sóis devoradores

Em desvario
Ao vento as naves?
Quem sabe!

Miguel-

sábado, 21 de maio de 2011

IRRECUSÁVEL

















IRRECUSÁVEL

Estrela
Convite
À noite
De vez
Noitada

Fulminou
De primeira
Porque fomos

Apoteose


Miguel Eduardo Gonçalves


CP 21/5/11

quinta-feira, 19 de maio de 2011

ORVALHO MÚTUO















ORVALHO MÚTUO

Como algas
No silêncio desfila
O hábito, o mito
Que a pele estala
Acende a pupila
E cala
Minúcia das fibras
No tempo
Fração irredutível
De serem

Miguel-

domingo, 15 de maio de 2011

Ao Sopro dos Versos



















Ao Sopro dos Versos

Surpresa tira do sério
Como o tempo resvala
Valsa cingindo nervos...
Luz que despe tentadora
Veste a mente de torpor
Mil cores do amor!

Miguel-



Imagem - Tamara Lempicka

sexta-feira, 13 de maio de 2011

ÉGIDE À MAJESTADE DO CORTEJO























ÉGIDE À MAJESTADE DO CORTEJO

Na própria atmosfera um caos de interjeições parece que a razão do gosto cria. Que mistérios simbólicos de um ápice fazem transformar o desejo em promessa, diz em alto e bom tom meu tóxico secreto... Este circula aperreado e forte, na perfeição como me julga a mim, maestro dos dias tão mais belos... Que natureza morta, que paisagem, que nada; há no clarão do ego esplendoroso um nobre de linhagem sublimada, que derrama nos lençóis a luz divina, nácar que encerra um madrigal, e vem e vai, e ataca e recua, e nem se intimida enquanto pela fresta da janela o luar espreita, e com vaga exclamação de ótica sugere a comédia dos ais ao instante, antes que nada mais se contenha, ante a majestade serena da escultura concentrada na curva acelerada das pressões, que o arrima altivo e teso em prumo ainda na metade do esforço concentrado!

Miguel-

sexta-feira, 6 de maio de 2011

IMAGEM






















IMAGEM

O ar é ameno
E dourado
Da brisa à flor

Vivo assim
Teu sabor
Leve disfarce

Miguel-

quinta-feira, 5 de maio de 2011

LUA




Lua
Rica
Floresce
Majestade
Pétala de luz
Para ser rainha no céu

Miguel-


terça-feira, 3 de maio de 2011

Presente à majestade da iguaria























Presente à majestade da iguaria
Sol em brisa no fundo dos teus olhos
Queimava como o vento que rasgava
Entre os galhos mexidos dos arbustos
Inocente tormenta desmaiada

Fonte do ser pulsando impaciente
No possível do agora pelos ares
Onde durava o antes que flutua
No previsível sonho do depois
Tão ferozmente o sangue que fervia

NAQUELE DIA



















Naquele dia
Descia a noite
Enquanto a conhecia

Suas mãos suaram
E a fisionomia corou
Repentina

Para assistir ao nascer do sol
Que trancendia
Da madrugada que nem findara

Miguel-

quinta-feira, 28 de abril de 2011

CÉU...






Céu
Guiava
O silêncio
Pastor do vale
Do córrego seco
Cheio de sol e areia
Quieto sob a ponte inútil
Onde a vida vivia, tão triste
A sonhar com o verdor das folhas
E mil garças sobre as copas das árvores

Miguel-


terça-feira, 26 de abril de 2011

PITÉU
















PITÉU

Por olhos
E cerejada boca
O cintilante
Dos lábios na pupila
Carmim tecido em flor
Que faísca
E trisca em mim

Miguel-

sexta-feira, 22 de abril de 2011

BOTE CERTO
















BOTE CERTO

Buscando a sorte
Acerta em cheio
Numa orgia de volteios
Narinas abertas
Quando se empina
Ora em gestos rudes
Ora maneiros
Qual touro bravo de rodeio
Que estuda o hábito
E raivoso ataca
Ante a surrealista arena
Ruidosa e trêmula bandeira
Que lhe esconde a brecha
Tolhendo assim a única saída
Quando pela rama rasa que divisa
Vai e se dilata e entra
Força bruta pelo ventre do palco
Às golfadas espumando
E como tocha ao vento
Resfolegante
Sucumbido
Acaba

Miguel-

quinta-feira, 21 de abril de 2011

IMPULSO

Na fala que escutava embargada
Soasse melhor e sem pressa
A palavra que o passado rezava
E de onde onde o silêncio residia
Tal caixa vazia, um vale sombrio
Para desvirginar o meu ouvido
Da monotonia daquela madrugada
Ao afagar, na calada da esperança
Um certo estado de prenhez da alegria
Que na carta à tinta de lágrimas
Se ria a língua dos apaixonados

Miguel-

quarta-feira, 20 de abril de 2011

PAIXÃO...























PAIXÃO...

Encerra-se ampla, mágica
Como a noite dos amantes é
Verbo de vulcânicos desejos

Nervoso vento sudoeste
A carne acontece possuída
Queda em festiva convulsão

Em mar revolto guerreira
Não escolhe, dá-se esfomeada
Até o espasmo que esvazia

Olhares apenas harmonizam
Tateando o nada em torno
E o mundo se confunde todo

Alado gozo
Que o silêncio aprofunda
E tudo some

Miguel-

terça-feira, 19 de abril de 2011

Haikai

Cerejeira em flor-
Mil semidesabrochados
Botões de um buquê

Miguel-

segunda-feira, 18 de abril de 2011

ALTERNATIVO

















ALTERNATIVO

Quero uma poesia diferente
Sem inquietação de espécie alguma
Como um sorriso de repente
Ser o existir nada comum
Que nunca tenha sido de ninguém
Assim como a floresta virgem
Impenetrável pela densidade
Não condena, explica nada
Emociona simplesmente
Quando diz
Olha, mas não mexe!
E como se a roçasse
Faz-me um pequenino sinal
E as folhas balançam um sim assim
Venha ver-me então meu querido...

Miguel-

sábado, 2 de abril de 2011

VITRAIS DE SONHO


















VITRAIS DE SONHO

Por que me alvoroço
Meu sol de suar
Brinquedo de aventura?

-És da inteligência
Um espetáculo
Mais que um cavalheiro
Faz delirar a saciedade!

Vai à minha namorada
(Que só guarda para mim
Um encanto)
E, como animal adorado
Entrega-te, inebria
Causa-lhe espanto.

Miguel-

quarta-feira, 30 de março de 2011

VIVENDA


















VIVENDA

Formas evaporam-se
Em cores, como prêmio
Descolorem a tarde
Em árvores, e em sombras
Na ilusão das luzes
O espaço encerra-se
Entre o céu e um frasco
De perfume vaporoso
Onde os sentidos fulguram
Não raro aos olhos
Flores de jardim

Miguel-



Paul Cézanne - Maison et arbres

VOZES



VOZES

escutei-os
cada pássaro
anjos

foram-se
amigos de verdade
primaveras

memória
sabe o coração
é meio e fim

Miguel-

domingo, 27 de março de 2011

EMBLEMA

Na mesa bem posta
Toalha de renda branca
Talheres chiques
Taças de cristal
À luz de velas
Ar de sedução
Velada cobiça
Noite afora
Prazer a se aperfeiçoar
Em finos lençóis de seda

Miguel-

sábado, 26 de março de 2011

Sábado à Tarde

























Sábado à Tarde

No Ibirapuera
Graciosa companhia
Tantas horas frescas

À moda de certos
Beijos, mil folhas e flores
Atapetam sonhos

Miguel-


Foto tirada por Valéria Cruz em 19/3/2011

segunda-feira, 21 de março de 2011

SEGUINTE...
























SEGUINTE

Alma acesa
Dança na língua
E faz sonho
Sem tempo ao tempo
No urgente sentimento
Se a forma de

É que semeia
Teu corpo em mim
E agitada tem
A mente que sente assim
Nua e sem pressa
O que de ti vem
Me abraça e pega
E some comigo num tapa


Miguel






sábado, 19 de março de 2011

CAMINHOS




CAMINHOS

Entre cais de sombras
Vasto silêncio a noite
Quebra

Ilumina-se rumor
Breve inquietação
Longamente

E evocando a Lua
As folhas tremem
Misteriosas, como Ela

Miguel

Poeta Valéria, no prisma da sua sensibilidade...



















Vida reluzente-
Capricho do anoitecer
A pique no mar

Miguel


...sedenta vida...
...tanta água...
...e não posso saciar...

Valéria
http://vcruz66.blogspot.com/

quarta-feira, 16 de março de 2011

HAIKAI




Vida reluzente-
Capricho do anoitecer
A pique no mar

Miguel


segunda-feira, 14 de março de 2011

MARAVILHA







Até já
Que as ilusões
Somem jamais

Sonhos em Manchete
Lua e Sol
Homem e Mulher

Lá fora
É outra vida
Diversa teoria

Nesses Tons
Diz a Sensualidade
Real

Miguel-

sábado, 12 de março de 2011

ARGUMENTO




















ARGUMENTO

Ao tempo colha a cor
Como do amanhecer a brisa
Tépida carícia emudeça...
Rumor da folhagem
Quando se puser no mar o sol
Em suavidade vasta e plena
E entrelaçado no silêncio
Meu desejo for o insofismável momento
Que acelere a respiração!

Miguel-



Ao Sopro dos Versos


















Ao Sopro dos Versos


Surpresa tira do sério
Como o tempo resvala
Forte cingindo nervos

Luz que despe tentadora
Veste a mente de torpor
É lide inconteste

Mil Cores do Amor


quarta-feira, 9 de março de 2011

PUPILA



















Na pupila
Estrela-do-mar
Um coquetel de luz
Prazer que empolga

No hálito
Pedra preciosa
Paira em beija-flor
Espiral da sorte

Na quietude
Que tanto fustiga
Sonho secreto
Da alma sabe

Miguel Eduardo

segunda-feira, 7 de março de 2011

Marilândia 'in duet' (filigranas de um mimo!)






















PONTO A PONTO// FILIGRANAS


cada letra faz um verso// a poesia mendigando
e nestes o contexto inteiro!//clamores rouquejam
Adora a vaidade tão bem encadeada...// sem quimeras, sem lamúrias
A beleza do fruto que uma bela música expõe...// no fulgor d’aurora desmaiada...

Miguel// Marilândia

domingo, 6 de março de 2011

PEQUENO HORIZONTE























Pequeno Horizonte
Da imaginação
Foro privilegiado
Maior que o mundo
Com tanto segredo
Toca o momento
Como a intimidade

Miguel-

quinta-feira, 3 de março de 2011

SEGREDO...



















SEGREDO...

Nesses olhos
Que sabem tocar
Onde o sentido nasce
Profundidade em que
Se rotula a gente
De enluarado torpor
E os girassóis se abrem
Por toda a parte

Nessa boca
De perfeitos lábios
Que fazem pulsar
A mente e o coração
Em preciosa rotina

É à sombra de um céu
Onde raia primeiro o sol
Com o nascer e o morrer
Das ondas em resplendor
Que na praia da noite
Cai o último véu
Sem trégua à hora
Porque se calam os nãos

Miguel Eduardo-

terça-feira, 1 de março de 2011

TERCETO COM VERONICA E MARILÂNDIA




Tua//Minha...// Fantasias

Em ondas//Vibrantes// A suplicar
Suores//Tremores// Nos frenéticos ais
Amantes//Entregues// Apoteótica displicência...

Aroma//Ópio// Feitiços da Via láctea
E cores//Rodopiam// Tecendo amanhãs
Desejos latentes//Urgentes// Na seara dos beijos teus...

E certos delírios//Loucos// Endemoninhados
Que atropelam//Queimam// Cúmplices da volúpia
Escureço... Clareio//Eclipso// Labaredas que se alastram...

E Te Amo//Gotejando...// Desejos a balbuciar ...

Miguel//Veronica// Marilâncdia


domingo, 20 de fevereiro de 2011

VESTÍGIO




VESTÍGIO

Por onde o desejo há
Na medida de um claro olhar
Que não esqueci

Prazer inteiro
Que marcou o sempre em mim
Olhos nos olhos

Potente, atado nó
Por ti o meu resumo
-Olha só-


Miguel Eduado-

sábado, 12 de fevereiro de 2011




CONFIDÊNCIA

Sentida ao pé da letra
Por sóis ardentes quista
Aqui e além tu és

Da pele aventureira
Ao alimento tida
Ages sem vacilar

Que ácidos quereres
Tão pérfidos perfumes
São jóias que me brilham
E leem meu suplício

Pois se apresenta em riste
Prodígio do fetiche
Que o hálito sentindo
Diz: “eis a confidência”

Miguel Eduardo-

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

PRESSENTIMENTO

Adiante a campina
Só, e com tempo de sobra
Liberta os instintos

E o querer me ensina
Como além da superfície
Paira um tênue amor

Que o mundo em sigilo
Decerto rouba o silêncio
À essência captado

Miguel Eduardo-


segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

IDENTIDADE

Na penumbra do poema ordena-se a pronúncia
Voz na forma do tempo pelos ares
Nadando a braçadas
O tom é dado em chave de poucas sílabas
Apenas essenciais
Mas, nada há de indefinível
Este chega a sentidos sussurrados
Beleza tão clara que se adivinha
Na carícia triste que me embala

Miguel Eduardo-

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Estrela Travessa - Escultural Requinte (DUETO MM)





















Estrela Travessa// Escultural Requinte

Brinca de verão// Sorvendo a brisa
A qualquer ventinho// Uma canção balbucia
Cabelos sorriem// O mar vislumbrando
Olhar que esvoaça// Num farfalhar da maresia
Perfume escondido// Cúmplice da magia

Miguel & Marilândia



domingo, 23 de janeiro de 2011

AFINAÇÃO...




















Afinação...

É num tempo vibrando
Incisivo e suave
Como flores ao vento
Sorrindo

Que soam tambores
No céu já tinto
De sangue
Pintado

E à lembrança se vai
Sem horizonte ou cor
De porta em porta
A sonhar

Pelo clima sedutor
Algo assim grave
Que flui à flor da pele
Alvo cetim

E embora o rigor
E o jeito calmo e terno
É mesmo o que se quer
Sem demora

Miguel Eduardo Gonçalves


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Chão*
























Chão*

novos brocados
em festival
e seu norte
imaginário
imperial
estende-se às palmas!

Miguel Eduardo

*Karinna

domingo, 16 de janeiro de 2011

MUSA DO OUTRO MUNDO
























MUSA DO OUTRO MUNDO

Um olho do azul olhava
Entre nuvens bem altas
Como abismo do dia

Se te conheço o brilho
Que enche de excitação
A mente formosa
Que os gestos enfeita
Nua jóia inclemente
És muito mais que paixão

Na volúpia da posse
Há o rastejar furioso
Do calafrio pela espinha
Ao infinito suspiro

Nada esse instante supera
Tal respirar na boca
Se o desejo cresce no corpo
De ver-te como estás agora
Sensualidade tépida na tez
À maneira que o poeta adora


Miguel Eduardo


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

ENTONTECEDOR

















ENTONTECEDOR

Um galo distante marcou hora
Os sabiás calaram-se
Como se quebrassem o silêncio

Assim caminhou
O tom daquela voz
Que dava voltas no espírito
Irritando a penugem dourada
Como o fazem lábios na nuca
E entorpece um beijo profundo

Miguel Eduardo

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Marilândia, Veronica e Miguel em Trio























DESEJO / Ardente / FRENÉTICO

Como a respiração / Ofegante / Envolventes fragrâncias
Onde o sentido dança / Nasce Tesão / Novos horizontes buscam
Acelerado / Urgente / Galopantes labaredas
Enigmático / Imprudente / Vacilantes pegadas
O momento espreita / Exala / Inefáveis aromas
A excitação / e Vontade / Luzes de neon
Rude som dos ventos / (Des)Vestes / A expelir argênteos clarões
A intimidade / Úmida / Entranhas sublimam
Espanta e apaixona / Tórrido / Achas crepitando...
Caminho sem retorno / Ranhuras / Ínvias agruras
Na pele / Ardente / Pulsações em lusco-fusco
Orgasmo em tempestade / de Paixão... / Gritantes desatinos...
Miguel / Veronica / Marilândia

domingo, 9 de janeiro de 2011

VONTADES

























VONTADES

Sem portas
Nem lençóis
Algo de maleável
E secreto

Nas ocupações mais inocentes
Encerra-se o ópio
Sem o que não posso passar

Ímpetos de rubro
São bailes de mim
Beijos em escala
Terraço a beira-mar

SOU VENDAVAL


Miguel Eduardo-