ESTIRPE REAL
Sensível
Chama
Avizinha-se
Içada vela
Entreabre-se
Hipnótica
Lúcida
E sob medida
Pétala de lótus
Miguel Eduardo Gonçalves
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
sábado, 26 de dezembro de 2009
TRANSEUNTE
Se a vida passageira é a que se vive
Por onde sei que a incerteza se agita
Da natureza álibi não estive
Estátua viva, brilhante pepita
Esse pensar que o tempo inexorável
Num lado inexistente que me fita
Queira e chegue de forma inadiável
Louca hora que vai sem ser vivida
Como clareia o sol e faz-me crer
Verificar-se em novo amanhecer
Teatro de uma nova temporada
Grande sonho que faz o amor valer
Em frasco de perfume raro nada
Como um olhar que acende a madrugada
Miguel-
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
INSPIRADA SENSAÇÃO
INSPIRADA SENSAÇÃO
Aquela que alimenta qual luxúria
Goza por mim carícia e me possui
Num ímpeto airado de volúpia
Pelo que sinto a música conclui
Que há no acorde nova luz em fúria
Porque se me vagueio, a mente intui
Nascer do fundo meu que me resulta
E se aprofunda e faz da pose esguia
Como um olhar certeiro mais exulta
Ritual majestoso que aprecia
E ainda é a gula tanta que me insulta
De quanto vive ali o que me ardia
Esse que o pensamento mal oculta
Raro pleito estrelou-me a companhia
Miguel-
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
NATAL ENTRE AS ESTRELAS
NATAL ENTRE AS ESTRELAS
Numa coloração de neve pura
Papai Noel sorri por entre a barba
De pé em seu trenó sopra aventura
Alimentando os sonhos da criançada
Na véspera o teatro é já montado
A árvore, o presépio e os presentes
Simbolismo que a poucos dá o recado
Mas a festa é por si, resplandecente
A ceia vai ornada à luz velas
Consagrar a família em muita paz
Abertas ao amor suas janelas
E a opinião de cada um se faz
Entre todos altiva e sem querelas
Ordenando a festança ora em cartaz
Miguel Eduardo Gonçalves
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
PINTURA-
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
POEIRA
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
AO MEIO DIA
Quando o sol estiver a pino regulado
E for um abraçar maior que pegue o mundo
O tempo será claro, azul, arregalado
Vestido só de céu, como um olhar profundo
E nós seremos vento em fogo aclimatado
Quando o desejo em ti fizer-se num segundo
Todo o meu será teu, esse calor danado
Exultante paixão, orvalho em que me inundo
Sem artifício algum, prazer em alto grau
Escancarado sexo o tempo inteiro doma
Para o gozo também conosco ser leal
Ânsia de repartir certíssimo sintoma
...Porque nela, bem sei, recolho-me abrasado
...E os gemidos temperam-me o cadenciado
Miguel Eduardo Gonçalves
E for um abraçar maior que pegue o mundo
O tempo será claro, azul, arregalado
Vestido só de céu, como um olhar profundo
E nós seremos vento em fogo aclimatado
Quando o desejo em ti fizer-se num segundo
Todo o meu será teu, esse calor danado
Exultante paixão, orvalho em que me inundo
Sem artifício algum, prazer em alto grau
Escancarado sexo o tempo inteiro doma
Para o gozo também conosco ser leal
Ânsia de repartir certíssimo sintoma
...Porque nela, bem sei, recolho-me abrasado
...E os gemidos temperam-me o cadenciado
Miguel Eduardo Gonçalves
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
DELÍCIA
És chama que arde
Qual pássaro que voa por voar
Quando te quedas
Antes que o desejo chegue
Sentido latejante
Tecido de nuvens e mistério
Pintura de corpos e de versos
Porque teu aroma é presente
Senha que atiça a mente
A memória da pele
Em carinhos de seda
Onde o ímpeto da razão
Viaja em pelos eriçados
A vida inteira
Como dedicatória
Miguel Eduardo Gonçalves
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
-um poema não tem fim não-
Figuras de nuvens desenhadas outeiro
Revelam fosforescências em brisas
Na maneira de sentir beleza nas pupilas
Onde a atmosfera é rarefeita! Eclipse!
A vontade tem lugar nos sinos
Como o cair da folha seca na dobra
Da névoa que desce –que tolda-
E paira sobrenatural relevo, concepção
Volúpia em vista magnífica da varanda
Mais delicada como jamais se viu a fímbria
Na afeição que dá sentido às cores de nós
E que faz o amor insaciável poesia em Sol.
Miguel- & Karinna*
Outeiro
Em brisas
Nas pupilas
Eclipse!
Nos sinos
Na dobra
-que tolda-
Relevo, concepção.
Da varanda
A fímbria
De nós
Poesia em Sol.
Karinna*
domingo, 29 de novembro de 2009
MÁSCARA
A PÁLPEBRA
Sou o que se fora espuma
Da fábula espasmo
Ilha perdida na mente
Sou o tempo
Disfarce
Do alto mar
Da palavra incerta
Como o pó
No bojo da verdade
Devoro o monótono
O monólogo
O disfarce átono
Miguel-
Sou o que se fora espuma
Da fábula espasmo
Ilha perdida na mente
Sou o tempo
Disfarce
Do alto mar
Da palavra incerta
Como o pó
No bojo da verdade
Devoro o monótono
O monólogo
O disfarce átono
Miguel-
sábado, 28 de novembro de 2009
Nas garras de u'a mente entorpecida
Nas garras de u’a mente entorpecida
A vontade degusta e deixa às claras
Onde é que toca e bebe o céu da vida
E fato por que mais te apaixonaras
Pois no prazer que o cetro dá a medida
A atmosfera mostra como encara
Certo oásis delira em acolhida
Mais doce que açúcar demerara
E tudo é degrau que ao outro leva
A vibração que cheira a maresia
Que ondula e que retine enquanto ceva
É aquela coisa louca que extasia
Que faz sentir o corpo ser em névoa
E estar inteiramente em afasia
Miguel-
A vontade degusta e deixa às claras
Onde é que toca e bebe o céu da vida
E fato por que mais te apaixonaras
Pois no prazer que o cetro dá a medida
A atmosfera mostra como encara
Certo oásis delira em acolhida
Mais doce que açúcar demerara
E tudo é degrau que ao outro leva
A vibração que cheira a maresia
Que ondula e que retine enquanto ceva
É aquela coisa louca que extasia
Que faz sentir o corpo ser em névoa
E estar inteiramente em afasia
Miguel-
domingo, 22 de novembro de 2009
DESEJO
O meu desejo pede sofisticação
Consequência que serve para o contentar-me
Na estrutura real que traz a evolução
Cuida-se a certeza, que nunca se desarme
Assim meu racional ordena à tentação
Jurando propriamente ser carne por carne
Cupido da lascívia seja presunção
Absoluta premissa una como um charme
De qual vontade clara goze o atrativo
Teu, chama da libido seja combustível
Ao me trazer o céu onde estarei metido
Assim esse querer se torna aplicativo
Fazendo-se faminto e loucamente crível
E dessa forma olhando, esquece que é inibido
Miguel-
Consequência que serve para o contentar-me
Na estrutura real que traz a evolução
Cuida-se a certeza, que nunca se desarme
Assim meu racional ordena à tentação
Jurando propriamente ser carne por carne
Cupido da lascívia seja presunção
Absoluta premissa una como um charme
De qual vontade clara goze o atrativo
Teu, chama da libido seja combustível
Ao me trazer o céu onde estarei metido
Assim esse querer se torna aplicativo
Fazendo-se faminto e loucamente crível
E dessa forma olhando, esquece que é inibido
Miguel-
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
CONFISSÃO
terça-feira, 10 de novembro de 2009
ENTARDECER ENFEITIÇADO
O sol adormece na vidraça, tinge de louro as paredes, e espalha um sono leve além dos limites de inverno, fruto de seus raios, pelo chão, de encontro ao odor dos corpos, eclipsando suaves tons lilases, capazes de fazer entardecer.
Os espelhos, assustados como loucos, brilham em olhos de sábio que veem nos caminhos arborizados os sentidos das palavras dos poetas, e enxergam o fundo de um lago cristalino, nesses olhares mesmo a refletirem o azul de um céu ardente de paixão,
a queimar como perfume.
Mas é já no escurecer, que do sombrio do tempo a chuva aparece, trazida por rajadas crispadas, que zombando invadem o espelho d´água da janela e a sua imagem, manchas de opaco.
E nas almofadas distorcidas excitam-se os movimentos a rolar de galopes açoitados noite afora, inflamados defronte ao inconsciente crepitar do fogo entre as nuvens pensativas do feitiço!
Miguel-
Cálida...
Cálida pele nua de criança
Descalça, gota só de luz consiste,
Que beleza em arco-íris deriva
Eclosão da flor na terra dos sonhos...
Dormido sono na cantiga-dança,
Despertar mais puro, nenhum mal-triste
Da noite clara-estrela e tão cativa
Fulgor terá dos ares mais risonhos,
Retrato pintado a tinta de sol,
Caricioso perfume-verão,
Florido halo, esplendor-girassol!
Recordação que não basta à ilusão,
Vejo-te reflexo sob o lençol,
Vício meu da memória a prestação.
Miguel-
Descalça, gota só de luz consiste,
Que beleza em arco-íris deriva
Eclosão da flor na terra dos sonhos...
Dormido sono na cantiga-dança,
Despertar mais puro, nenhum mal-triste
Da noite clara-estrela e tão cativa
Fulgor terá dos ares mais risonhos,
Retrato pintado a tinta de sol,
Caricioso perfume-verão,
Florido halo, esplendor-girassol!
Recordação que não basta à ilusão,
Vejo-te reflexo sob o lençol,
Vício meu da memória a prestação.
Miguel-
sábado, 7 de novembro de 2009
Mil Olhos-
Com a sonoridade dos bocejos
Palavras vazias caíam
Inaudíveis
Das bocas que olhavam
Um romance, talvez
Uma pintura famosa
Um poema ornado de surpresas
Agitando fantasias
Espremendo o cérebro na expectativa
Entre a escolha de atributos
Declaradamente desejáveis
Passos impecáveis em desfile
Girassóis sobrenaturais
Elevando sonhos à realidade
Como exceções espirituais
Objeto de desejo
Na rua iluminada de mil olhos
Remix
Palavras vazias caíam
Inaudíveis
Das bocas que olhavam
Um romance, talvez
Uma pintura famosa
Um poema ornado de surpresas
Agitando fantasias
Espremendo o cérebro na expectativa
Entre a escolha de atributos
Declaradamente desejáveis
Passos impecáveis em desfile
Girassóis sobrenaturais
Elevando sonhos à realidade
Como exceções espirituais
Objeto de desejo
Na rua iluminada de mil olhos
Remix
Miguel-
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
ATRIZ
sábado, 31 de outubro de 2009
A POESIA - dueto de Mari e Miguel
ENIGMA
Nem mesmo a chuva sabe
O que imagina a flor
Imagens, mudas cenas
Vivem a eternidade
Qual sonho a céu aberto
De um canário que canta
Na janela a dizer
Que os versos são as folhas
Iguais são as distâncias
Desse prisma que olha
O azul do dia é estampa
Belo tesouro esconde
No sem querer que encerra
A natureza fácil
E o poeta é uma árvore
Floresta de palavras
Monstro leão alado
Borboleta felina
Vendo em olhos de esfinge
Miguel-
O que imagina a flor
Imagens, mudas cenas
Vivem a eternidade
Qual sonho a céu aberto
De um canário que canta
Na janela a dizer
Que os versos são as folhas
Iguais são as distâncias
Desse prisma que olha
O azul do dia é estampa
Belo tesouro esconde
No sem querer que encerra
A natureza fácil
E o poeta é uma árvore
Floresta de palavras
Monstro leão alado
Borboleta felina
Vendo em olhos de esfinge
Miguel-
REFÉM DO ONTEM
Como se colhesse o tempo
O tanto que o entardecer
Colore as tonalidades
Onde são as horas tuas
A resposta que contemplo
Merecesse acontecer
No silêncio das verdades
Por que são as coisas puras
Floresceriam quimeras
Pano de fundo das horas
Em belas recordações
Cenário de como eras
No entoar das auroras
Segredo dos meus senões
Miguel-
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
MOVIMENTOS
terça-feira, 27 de outubro de 2009
domingo, 25 de outubro de 2009
VISUAL
De uma jovem mais deusa à pele já se via
Em dourado perene o brilho dos pelinhos
A maravilha própria era o que me ardia
Elevando motivos mais para carinhos
Ecoo-me defronte à vista da virilha
Do púrpuro faminto em gotas que rebrilham
Minando da luzinha em tórrida portilha
Seus cristalinos ais parece que andarilham
De repente o veloz compasso quer e atiça
Salta em fartura, faz estado, e bem medido
Se oferece ao desejo, fome terminal
Dos espasmos um golpe é já por si justiça
Que de afeto oleoso berra tua libido
Onde me quero ver até subliminal
Miguel-
Em dourado perene o brilho dos pelinhos
A maravilha própria era o que me ardia
Elevando motivos mais para carinhos
Ecoo-me defronte à vista da virilha
Do púrpuro faminto em gotas que rebrilham
Minando da luzinha em tórrida portilha
Seus cristalinos ais parece que andarilham
De repente o veloz compasso quer e atiça
Salta em fartura, faz estado, e bem medido
Se oferece ao desejo, fome terminal
Dos espasmos um golpe é já por si justiça
Que de afeto oleoso berra tua libido
Onde me quero ver até subliminal
Miguel-
terça-feira, 20 de outubro de 2009
FESTA DE ANIVERSÁRIO DA MARI MEES
domingo, 18 de outubro de 2009
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
*____________istmo*.
(Karinna*) & (-Miguel)
Um istmo une paragens
-Reminiscências
Olhares e palavras
-São espasmos
Esparrames incontidos...
-Precoces
Fissuras, escapes
-Ultrapassam
Uma fração de tempo, enquanto hesito...
-Sinto-me sombra
Densidade do sujeito oculto, verbo
-Sutil, sempre
O não abandono do objeto... direto?
-Passividade
As palavras sempre ficam ao meio
-Aceleradas
Umas escondem-se das outras
-Consolam-se
Levitando ante os olhares, na dualidade
-Sentidas ausentes
Na ânsia de serem lidas
-Somente
Ou postas de lado, esquecidas.
-Se regressam
Talham vestes transparentes
-Esforçam-se
Para preencherem distâncias
-Carrosséis apetecidos
Fugazes, próximas, aparentes.
-Senta-se em consolo
Talvez uma cisma
-Apresse
Um sobressalto
-À lembrança atrevesse
Glória, abundância, nobreza
-Fosse esquecimento a
Derrota, purificação, pobreza...
-Extrema-unção
Não sei... entre a palavra e o olhar
-Alastro-me, pois existo assim
Cabe o infinito, a força... a minha fraqueza.
Reminiscências
São espasmos
Precoces
Ultrapassa
Sinto-me sombra
Sutil, sempre
Passividade
Aceleradas
Consolam-se
Sentidas ausentes
Somente
Se regressam
Esforçam-se
Carrosséis apetecidos
Senta-se em consolo
Apresse
À lembrança atrevesse
Fosse esquecimento a
Extrema-unção
Alastro-me, pois existo assim
Miguel-
(Karinna*) & (-Miguel)
Um istmo une paragens
-Reminiscências
Olhares e palavras
-São espasmos
Esparrames incontidos...
-Precoces
Fissuras, escapes
-Ultrapassam
Uma fração de tempo, enquanto hesito...
-Sinto-me sombra
Densidade do sujeito oculto, verbo
-Sutil, sempre
O não abandono do objeto... direto?
-Passividade
As palavras sempre ficam ao meio
-Aceleradas
Umas escondem-se das outras
-Consolam-se
Levitando ante os olhares, na dualidade
-Sentidas ausentes
Na ânsia de serem lidas
-Somente
Ou postas de lado, esquecidas.
-Se regressam
Talham vestes transparentes
-Esforçam-se
Para preencherem distâncias
-Carrosséis apetecidos
Fugazes, próximas, aparentes.
-Senta-se em consolo
Talvez uma cisma
-Apresse
Um sobressalto
-À lembrança atrevesse
Glória, abundância, nobreza
-Fosse esquecimento a
Derrota, purificação, pobreza...
-Extrema-unção
Não sei... entre a palavra e o olhar
-Alastro-me, pois existo assim
Cabe o infinito, a força... a minha fraqueza.
Reminiscências
São espasmos
Precoces
Ultrapassa
Sinto-me sombra
Sutil, sempre
Passividade
Aceleradas
Consolam-se
Sentidas ausentes
Somente
Se regressam
Esforçam-se
Carrosséis apetecidos
Senta-se em consolo
Apresse
À lembrança atrevesse
Fosse esquecimento a
Extrema-unção
Alastro-me, pois existo assim
Miguel-
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
ROMANTISMO - Marilândia e Miguel
Poesia Laranja
Poesia Laranja
Que não se deve estancar
Tal ferida que impressiona
Quando o pensamento a encontra
Fluida, corrente imponderável- sangra dourada
A pavonear suas galas
Plantada na veia e tida
Lustrosa- sons de carisma
Como tensões que soluçam
Alargando veredas- incontidas
Por onde a inspiração quer
É desejo que se encontra
Perdido em transe despudorado
Entre a vibração dos versos
Tangendo vidas- desavergonhado
No alicerce do querer
Onde se mais enamoram
Entre fitas, prateados laços
Os costumes, emoções
Idiossincrasias siderais
E as caprichosas estrelas
Amanhecidas de nós, em leitos fatais
NA ORDEM DO DIA
Karinna* & Miguel
Que não se deve estancar
Tal ferida que impressiona
Quando o pensamento a encontra
Fluida, corrente imponderável- sangra dourada
A pavonear suas galas
Plantada na veia e tida
Lustrosa- sons de carisma
Como tensões que soluçam
Alargando veredas- incontidas
Por onde a inspiração quer
É desejo que se encontra
Perdido em transe despudorado
Entre a vibração dos versos
Tangendo vidas- desavergonhado
No alicerce do querer
Onde se mais enamoram
Entre fitas, prateados laços
Os costumes, emoções
Idiossincrasias siderais
E as caprichosas estrelas
Amanhecidas de nós, em leitos fatais
NA ORDEM DO DIA
Karinna* & Miguel
sábado, 10 de outubro de 2009
sábado, 3 de outubro de 2009
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
A MENTE-
Como eu quisesse estar ausência tida
Assim a face ao mar em muda areia
Levada em vento, para bem na ida
Ao ar ser livre, como é a sereia
Então, demente e esguia ogiva intensa
Tal uma escada ao céu levando adeuses
Ficasse eu só memória e pura crença
A ver corando o dia incertas vezes
No breu noturno acende ela ametista
Em estrelado cio de estrelas lindas
Solta a vencer sem ter lembrança à vista
Viúvo sol do vento amoralista
Tua língua foge quando tu te findas
Na minha mente feito de aforista
Miguel-
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
SENZALA - SONETO
SENZALA
Se teus olhares seguem em segredo
Aonde alcance o mar o proibido
Espelhos entrevistos que são medo
Afligem tua insânia amor contido
Cenário que conduz a engano ledo
Nas cores do desejo remoído
Em que o mistério cede à voz mais cedo
Aquela voz mais forte e sem sentido
O meu querer é outro, é previsto
No foro expresso d’alma se regala
E se distrai enquanto o resto é quisto
Inúmeras quimeras de uma escala
Acordes dissonantes do imprevisto
Um coração quiçá como em senzala
Miguel Eduardo Gonçalves
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Faze teu coração meu cativeiro... (SONETO)
Faze teu coração meu cativeiro
Quero contigo estar sabor inteiro
Me conduzir à casa do banquete
Para eu não perecer de fome ao ver-te
Meus poros se dilatam em centelhas
De fogo são teus beijos mil abelhas
Que polinizam flores nos jardins
Como és das volúpias torvelins
Hei de exalar incenso e mirra quente
E todos os sabores corporais
Percorrerão a alcova como sais
Amazona, minh'alma é conivente
Pois me acretido estrela em mar cadente
Que teu desejo faça-me imortal
Miguel Eduardo Gonçalves
Quero contigo estar sabor inteiro
Me conduzir à casa do banquete
Para eu não perecer de fome ao ver-te
Meus poros se dilatam em centelhas
De fogo são teus beijos mil abelhas
Que polinizam flores nos jardins
Como és das volúpias torvelins
Hei de exalar incenso e mirra quente
E todos os sabores corporais
Percorrerão a alcova como sais
Amazona, minh'alma é conivente
Pois me acretido estrela em mar cadente
Que teu desejo faça-me imortal
Miguel Eduardo Gonçalves
domingo, 20 de setembro de 2009
Essa cumplicidade redatora... (SONETO)
Essa cumplicidade redatora
Que pode mais em letra professora
Sabe, expondo como não se derrapa
Que não há nela mais que o que a encapa
Faz com que nos pareça ampliação
E que uns versos por outros, canção
Se faça a retinir como ouro e prata
Ou como seja enfim nossa bravata
Buscando à mente algo como lumes
Por encontrá-la aberta tal um mapa
Vá iluminar-se em sons de serenata
E o tempo ser acorde dos perfumes
Domínio inexprimível dos ciúmes
Anseio vagabundo que esfarrapa
Miguel E Gonçalves-
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Rasgando o verso... SONETO
Rasgando o verso quando a rima arranha
Numa noite festim como façanha
Nada e tudo que cada um domine
Será paixão e sexo qual num cine
O resto é frágil cera, um quê incerto
Que abraça com fervor o mais desperto
O que nessa constância se inquieta
E segue entre carícias como atleta
Cortinados de seda fazem hora
Emudecemos para ouvir a oferta
Morremos de querer em tom alerta
Esse infinito assim tão belo acerta
A todos como quer e sem demora
Consome-nos cruel, nos faz outrora
Miguel E Gonçalves
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
CONVITE E RESPOSTA (Karinna* e Miguel-)
De um Convite*
__________Vem*
Ah...vem ficar comigo
Deita aqui teu corpo no meu
No aconchego desse desejo que não é só teu.
Ah vem ... minha maciez diz... vem
Monta nosso amoroso quebra cabeça... encaixa nossas carícias
Nossos beijos... de todas as possíveis delícias.
Vem... dedilha tua música crente e desejosa
Nas curvas que desenhas com teus olhares que afinam minhas cordas
Nas volúpias cremosas das minhas... azuladas rotas.
O tempo de querer-me é agora
O tempo de acarinhar-te é sempre... toda hora.
Não há pedaço meu que não te chame
Não há pensamento meu que não te aclame.
Ah...vem... deita tua guerreira fronte no meu colo
Descansa tua vida na minha no arfar louco dos meus seios
Que pelo teu toque fremem e arrepiam-se nesse morno anseio.
O tempo de amar-me é hoje... no presente
O tempo de receber-te em mim é sempre.
Espero-te em transe corpóreo de arrepiada antecipação
Pois tenho em mim que somos mais que corpos em união
Somos a amplitude completa do encaixe perfeito de dois corações.
Karinna* (www.karinna.prosaeverso.net)
De um convite aceito-
Os olhos grandes, brilhantes, iluminaram o clima da estação. Poucas frases... No corpo só a combinação!
Ah... O corado das faces, de um brilhante de vida, sobre o apelo imediato da pele clara!
E contrastes, do interior vermelho ante o rosado do círculo imperfeito,
Absorto e envolvido, aceito o convite, causador de grande efeito, duas línguas com gosto e delícia!
A hora, deixada enlouquecida, é já tão inflamada, que ouso dizer que é insuportável estar sem ela.
Mas saiba, harmônica mulher, de imediato e intempestivo refino-me em tua companhia, assim a coragem da resposta
e do aceite não fazem dessa resposta ousadia, mas não poder resistir a ela (a resposta), porque por tolices dessas
sou capaz de até morrer. Cômoda é a situação do prazer, fervorosos carinhos,
TUA RESPIRAÇÃO-
Miguel-
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
CASINHA
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Pinta a Pena
Um tanto faz
No quê da perturbação
Nuvem insinua-se
Embaixadora, faz sonho
E caminha entrelaçada
No muito pouco
Quase nada
Enunciado destemido
Crença rouca
Que sem tempo ao tempo
No sentimento arde
O que o toque encena
Miguel E gonçalves
No quê da perturbação
Nuvem insinua-se
Embaixadora, faz sonho
E caminha entrelaçada
No muito pouco
Quase nada
Enunciado destemido
Crença rouca
Que sem tempo ao tempo
No sentimento arde
O que o toque encena
Miguel E gonçalves
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
TROVA
Que imenso mar, nossa vida,
memória de cada dia...
Tristeza desconhecida,
cada coisa fantasia!
(Miguel E Gonçalves)
memória de cada dia...
Tristeza desconhecida,
cada coisa fantasia!
(Miguel E Gonçalves)
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
TEMPO, POR QUE NÃO SE FELIZ - DUPLIX DE MARILÂNDIA
domingo, 6 de setembro de 2009
SAUDADE (1)
SAUDADE - 2
Saudade - 3
Saudade - 4
Saudade de um ser ausente
Que consolo e que aflição!
Saudade vai docemente
Machucando o coração...
Em ti eu vejo bondade
Saudade! Eu gosto de ti.
Pois se chego a ter saudade
Dos tempos que não vivi...
Uma flor tristonha existe
Roxa flor da soledade,
Por ser assim roxa e triste
Tem o nome de saudade.
Anna Nayá Fleury Nogueira - In Mente
Enviado por Déa Nayá Joesting Nogueira
Saudade (final)
A saudade traz o pranto
Traz o suspiro também
Saudade é enlevo e encanto
De um coração que quer bem.
Relembrando a mocidade,
Desse bem que já passou
Bem amarga a saudade
De um tempo que findou.
Saudade está sempre presente
É agridoce emoção
Saudade mora com a gente
No fundo do coração.
Deus, na sua bondade,
Para a dor aliviar
Mandou do céu a saudade
Para a gente consolar.
Recordando...que doce emoção
O coração nos invade.
De onde vem tal sensação?
Do perfume da saudade...
Anna Nayá Fleury Nogueira - In Mente
Apresentado por Déa Nayá Joesting Nogueira
O SÁBIO LIMITA-SE A DIZER: QUEM SABE...
Agravou-se o estado-
Um arrepio domina
Não de frio
Mas de angústia
Assustadoramente deserto
Sente e vê
Mais um dia horrível
Feliz ou infelizmente
Não sei se dormiu
Até a aurora
Imaginem alguém que dorme
E que tentam liquidar... Terrível sono
Ou não prega os olhos... Arrasadora insônia
Sente-se espiado
Por uma presença invisível
E constante
Miguel Eduardo Gonçalves (5/9/09)
Um arrepio domina
Não de frio
Mas de angústia
Assustadoramente deserto
Sente e vê
Mais um dia horrível
Feliz ou infelizmente
Não sei se dormiu
Até a aurora
Imaginem alguém que dorme
E que tentam liquidar... Terrível sono
Ou não prega os olhos... Arrasadora insônia
Sente-se espiado
Por uma presença invisível
E constante
Miguel Eduardo Gonçalves (5/9/09)
NA ROÇA
Na Roça
O sol a nascer atrás do monte
E a passarada a cantar
O murmúrio, a frescura da fonte
E o céu começando a clarear
Cai de manso sobre a terra
Sereno da madrugada
E quanta poesia se encerra
Numa plantinha orvalhada
O céu é rica palheta
A luz do sol no levante
Destaca-se nele a silueta
Da serrania distante
Ouve-se o brando cicio
Da brisa ao perpassar
E lá...doutra banda do rio
Um galo põe-se a cantar
Passarinhos pipilando
Festejam a alvorada
Vê-se além um boi pastando
Junto à curva da estrada
Ouve-se ao longe o chiado
De um velho carro de boi
Lembrança de um tempo passado
De um tempo que se foi...
Bem pertinho da estrada
Uma casa de sapé
Soltando uma fumarada...
Já estão coando o café
Borboletas multicores
E um beija flor, que beleza!
A esvoaçar entre as flores
São risos da natureza
Vai o sol se levantando
Todo luz, todo esplendor
Seus raios a terra beijando
Dão-lhe brilho, vida e calor
O sol já vai esquentando...
Que cheiro bom vem do mato!
As árvores se debruçando
Sobre as águas do regato
Dois cavaleiros trotando
Vêm descendo uma ladeira
Os cavalos relinchando
Numa nuvem de poeira
A gente levanta bem cedo
Para ver o sol raiar
E ouvir o passaredo
Em bando alegre cantar
O mugir da vaca malhada
E um copo de leite quentinho...
Na cozinha atijolada
Um bom café com bolinho
Claras manhãs lá da roça
Cheias de luz e esplendor!
Pois essa beleza é bem nossa
É dádiva do Criador
E o azul do céu se acentuando
Num colorido sem par!
Uma leve névoa flutuando
Insetos bailam no ar
Sai do ninho uma galinha
Bulhenta, cocoricando
E vai mui ligeirinha
O seu ovo anunciando
Ditinha varrendo o terreiro
Pondo-o bem limpo e garrido
Espanta o cavalo matreiro
Sai pra lá, seu atrevido!
Uns pintinhos vão ciscando
Lá no fundo do quintal
Pombas brancas arrulhando
Sobre as telhas do beiral
Na cozinha a Nhá Maroca
Vai cozinhando o feijão
Enquanto moe a paçoca
Num grande e velho pilão
Puxando o balde, a Ditinha
Lá das profundezas do poço:
Vô matá uma franguinha
Tá na hora do armoço
O cachorro perdigueiro
Latindo espanta a gatinha
Que corre pelo terreiro
E se esconde na cozinha
O forno de barro a um canto
Além, o valho paiol
E tudo brilha, tudo é encanto
À luz dourada do sol
A cabra está dormitando
À sombra de um velho telheiro
E uns porcos vão engordando
No cercado do chiqueiro
Na roça a vida é tão boa!
Quanto sossego e fartura
Galinha, frango e leitoa
Milho verde, rapadura...
Feixes da verde cana
E a garapa saborosa
Cachos da boa banana
Madurinha apetitosa
Junto à casa, no terreiro
Viceja florida roseira
Rente a ela um chuchuzeiro
E uma verde e folhuda abobreira
Horta e o jardim reunidos
Num abraço fraternal
Que cheiro bom! É o craveiro
Junto à cerca do quintal
À tarde o sol já tombando
Entre as nuvens do poente
Um vento bom vai soprando
Refrescando a terra ardente
Uma janta bem gostosa
Com virado de feijão
Linguiça frita e cheirosa
E um quartinho de leitão
As laranjeiras floridas
Com seu cheiro adocicado
Ostentam garbosas, garridas
Brancas flores de noivado
O milharal ondulando
Ao vento fresco da tarde
Os frutos vão sazonando
A um sol tão quente que arde!
Um velho monjolo socando
No seu tum tum cadenciado
Quanta coisa vai lembrando
Saudosa voz do passado...
A roda d’agua rodando
No seu constante rodar
A paisagem vai enfeitando
Com seu imponente girar
Que beleza o ribeirão
Entre as pedras saltitando!
Lá em baixo, num grotão
As águas vai despejando...
A tarde morrendo, morrendo...
O céu se tinge em rubores
Num espetáculo estupendo!
Numa apoteose de cores!
E a noite cai sobre a terra
Cobrindo-a de espeço véu
Oh! Quanto mistério se encerra
Nos astros que brilham no céu!
O primeiro vagalume
Qual lanterninha encantada
Fura o negrume da noite
Com sua luzinha esverdeada
Tudo é paz, tudo é silente
Cessando as lidas diurnas
Só se ouve tristemente
O pio das aves noturnas
No terreiro, Nhô Bastião
A velha sanfona empunhando
Com alma e com perfeição
Linda valsa vai tocando
Noites de São João na roça!
Mil encantos, tradição
Bom quentão, festança grossa
Com rezas, fogueira e rojão
Eis o mastro no terreiro
Todo enfeitado de flores
E ao canto milagreiro
Todos rendem seus louvores
Um cafezinho cheiroso
Com bolinho de fubá
E um bate pé gostoso
Pra friage espantá
Viva São João, viva São João!
Noites claras de luar
Tem no mato mais poesia
Fazem na alma despertar
Saudade e melancolia
Então à luz do candeeiro
No doce aconchego do lar
Um café com pão caseiro
E depois... é descansar
A vida é bem trabalhosa
Quer na roça ou na cidade
Mas no sítio é mais gostosa
Mais fartura e liberdade
No tempo da chuvarada
O sítio é desolação!
O marulho da enxurrada
Goteiras pingando no chão
Céu plúmbeo, nuvens escuras
A toldar a luz do sol
Põem na alma mil tristezas
Nem pássaros nem arrebol
Mas as chuvas são amigas
Delas o chão se aproveita
Pondo a crescer as espigas
Dando-nos farta colheita
Até o frio lá na roça
Tem sua compensação
Em noites de geada grossa
Conversar ao pé do fogão
A boa batata assada
No braseiro do tição
E a pipoca arrebentada
Num enorme panelão
Dorme a gata friorenta
Na quentura do paiol
Ui! Que frio! E a velha Benta
Tranca a porta do quintal
E contam-se histórias antigas
E “causos” de assombração
Histórias que são ouvidas
Com arrepio e emoção
Um cafezinho bem quente
Para espantar a friagem
Põe o pessoal bem contente
Dá calor e dá coragem
Depois, é a cama quentinha
E um macio cobertor
Dormindo-se até manhazinha
Um sono reparador.
Anna Nayá Fleury Nogueira – In Mente
Apresentado por Déa Nayá Josting Nogueira
O sol a nascer atrás do monte
E a passarada a cantar
O murmúrio, a frescura da fonte
E o céu começando a clarear
Cai de manso sobre a terra
Sereno da madrugada
E quanta poesia se encerra
Numa plantinha orvalhada
O céu é rica palheta
A luz do sol no levante
Destaca-se nele a silueta
Da serrania distante
Ouve-se o brando cicio
Da brisa ao perpassar
E lá...doutra banda do rio
Um galo põe-se a cantar
Passarinhos pipilando
Festejam a alvorada
Vê-se além um boi pastando
Junto à curva da estrada
Ouve-se ao longe o chiado
De um velho carro de boi
Lembrança de um tempo passado
De um tempo que se foi...
Bem pertinho da estrada
Uma casa de sapé
Soltando uma fumarada...
Já estão coando o café
Borboletas multicores
E um beija flor, que beleza!
A esvoaçar entre as flores
São risos da natureza
Vai o sol se levantando
Todo luz, todo esplendor
Seus raios a terra beijando
Dão-lhe brilho, vida e calor
O sol já vai esquentando...
Que cheiro bom vem do mato!
As árvores se debruçando
Sobre as águas do regato
Dois cavaleiros trotando
Vêm descendo uma ladeira
Os cavalos relinchando
Numa nuvem de poeira
A gente levanta bem cedo
Para ver o sol raiar
E ouvir o passaredo
Em bando alegre cantar
O mugir da vaca malhada
E um copo de leite quentinho...
Na cozinha atijolada
Um bom café com bolinho
Claras manhãs lá da roça
Cheias de luz e esplendor!
Pois essa beleza é bem nossa
É dádiva do Criador
E o azul do céu se acentuando
Num colorido sem par!
Uma leve névoa flutuando
Insetos bailam no ar
Sai do ninho uma galinha
Bulhenta, cocoricando
E vai mui ligeirinha
O seu ovo anunciando
Ditinha varrendo o terreiro
Pondo-o bem limpo e garrido
Espanta o cavalo matreiro
Sai pra lá, seu atrevido!
Uns pintinhos vão ciscando
Lá no fundo do quintal
Pombas brancas arrulhando
Sobre as telhas do beiral
Na cozinha a Nhá Maroca
Vai cozinhando o feijão
Enquanto moe a paçoca
Num grande e velho pilão
Puxando o balde, a Ditinha
Lá das profundezas do poço:
Vô matá uma franguinha
Tá na hora do armoço
O cachorro perdigueiro
Latindo espanta a gatinha
Que corre pelo terreiro
E se esconde na cozinha
O forno de barro a um canto
Além, o valho paiol
E tudo brilha, tudo é encanto
À luz dourada do sol
A cabra está dormitando
À sombra de um velho telheiro
E uns porcos vão engordando
No cercado do chiqueiro
Na roça a vida é tão boa!
Quanto sossego e fartura
Galinha, frango e leitoa
Milho verde, rapadura...
Feixes da verde cana
E a garapa saborosa
Cachos da boa banana
Madurinha apetitosa
Junto à casa, no terreiro
Viceja florida roseira
Rente a ela um chuchuzeiro
E uma verde e folhuda abobreira
Horta e o jardim reunidos
Num abraço fraternal
Que cheiro bom! É o craveiro
Junto à cerca do quintal
À tarde o sol já tombando
Entre as nuvens do poente
Um vento bom vai soprando
Refrescando a terra ardente
Uma janta bem gostosa
Com virado de feijão
Linguiça frita e cheirosa
E um quartinho de leitão
As laranjeiras floridas
Com seu cheiro adocicado
Ostentam garbosas, garridas
Brancas flores de noivado
O milharal ondulando
Ao vento fresco da tarde
Os frutos vão sazonando
A um sol tão quente que arde!
Um velho monjolo socando
No seu tum tum cadenciado
Quanta coisa vai lembrando
Saudosa voz do passado...
A roda d’agua rodando
No seu constante rodar
A paisagem vai enfeitando
Com seu imponente girar
Que beleza o ribeirão
Entre as pedras saltitando!
Lá em baixo, num grotão
As águas vai despejando...
A tarde morrendo, morrendo...
O céu se tinge em rubores
Num espetáculo estupendo!
Numa apoteose de cores!
E a noite cai sobre a terra
Cobrindo-a de espeço véu
Oh! Quanto mistério se encerra
Nos astros que brilham no céu!
O primeiro vagalume
Qual lanterninha encantada
Fura o negrume da noite
Com sua luzinha esverdeada
Tudo é paz, tudo é silente
Cessando as lidas diurnas
Só se ouve tristemente
O pio das aves noturnas
No terreiro, Nhô Bastião
A velha sanfona empunhando
Com alma e com perfeição
Linda valsa vai tocando
Noites de São João na roça!
Mil encantos, tradição
Bom quentão, festança grossa
Com rezas, fogueira e rojão
Eis o mastro no terreiro
Todo enfeitado de flores
E ao canto milagreiro
Todos rendem seus louvores
Um cafezinho cheiroso
Com bolinho de fubá
E um bate pé gostoso
Pra friage espantá
Viva São João, viva São João!
Noites claras de luar
Tem no mato mais poesia
Fazem na alma despertar
Saudade e melancolia
Então à luz do candeeiro
No doce aconchego do lar
Um café com pão caseiro
E depois... é descansar
A vida é bem trabalhosa
Quer na roça ou na cidade
Mas no sítio é mais gostosa
Mais fartura e liberdade
No tempo da chuvarada
O sítio é desolação!
O marulho da enxurrada
Goteiras pingando no chão
Céu plúmbeo, nuvens escuras
A toldar a luz do sol
Põem na alma mil tristezas
Nem pássaros nem arrebol
Mas as chuvas são amigas
Delas o chão se aproveita
Pondo a crescer as espigas
Dando-nos farta colheita
Até o frio lá na roça
Tem sua compensação
Em noites de geada grossa
Conversar ao pé do fogão
A boa batata assada
No braseiro do tição
E a pipoca arrebentada
Num enorme panelão
Dorme a gata friorenta
Na quentura do paiol
Ui! Que frio! E a velha Benta
Tranca a porta do quintal
E contam-se histórias antigas
E “causos” de assombração
Histórias que são ouvidas
Com arrepio e emoção
Um cafezinho bem quente
Para espantar a friagem
Põe o pessoal bem contente
Dá calor e dá coragem
Depois, é a cama quentinha
E um macio cobertor
Dormindo-se até manhazinha
Um sono reparador.
Anna Nayá Fleury Nogueira – In Mente
Apresentado por Déa Nayá Josting Nogueira
VELHOS CASARÓES
Solarengos casarões coloniais
De grandes salas e de amplos varandões
Erram por eles sombras ancestrais
Mortos que vivem em nossos corações
No tristonho beiral enegrecido
Nas estátuas de louça ornamentais
Nas pinhas, vasos e abacaxis de vidro
Relembram eras que não volvem mais
Velhas sacadas de gradil graciosas
Escadas nobres de antigos sobradões
Lembranças vagas... evocações saudosas
Enchem de mágua os nossos corações
Na solidez austera da estrutura
Nas acolhedoras telhas do beiral
Lembram velhas mansões e a arquitetura
Vinda lá do velho Portugal
Nobreza antiga dos portais lavrados
Grossos batentes de amplos janelões
Salões forrados de papel floreado
E a solene majestade dos saguões
Pelas salas, alcovas e longos corredores
Os grandes móveis de jacarandá
Cintilam cristais sobre os aparadores
A um canto, a rede franjada de puçá
Nas paredes, em molduras doiradas
Velhos retratos dos antepassados
Os consoles, as marquesas torneadas
E o alto piano de castiçais prateados
É noite. Junto à mesa, à luz do lampião
Sinhá moça vai tecendo o seu crochê
Na doçura do lar, à hora do serão
Sinhazinha a medro abre um livro e lê
A vovó na cadeira se embalando
Preso aos dedos o rosário de capim
Vai rezando, cochilando, dormitando
Velhinha e cansada d'um viver sem fim
Na rede a um canto, a mucama entoa
Uma doce cantiga de ninar
A melodia terna no salão ressoa
Calma! Poesia, e a santa paz do lar
Da cozinha vem o baque compassado
Do pilão socando o bom café
Ouço na sala um espirro prolongado
É o Coronel tomando o seu rapé
Que lindas cenas do viver antigo!
A donas curvadas sobre o seus bordados
Sinhazinhas ariscas a espiar pelo postigo
Esperando amorosamente os namorados
Lares de antanho... cheios de recato!
Belos costumes do viver de outrora
Um viver tranquilo, simples e pacato
Tão diferente do viver de agora...
Poéticas rótulas desaparecidas
Grossas paredes de taipas seculares
Onde as vovós viveram recolhidas
Anjos de guarda dos antigos lares
Tempos de antanho, cheios de poesia
Tempos passados que não voltam mais
Tenho saudade da vida de alegria
No velho sobradão dos saudosos pais
Quando recordo esse passado morto
Rígido, austero, rico de nobreza
Esse doce lembrar me põe consolo
Ao coração tão cheio de tristeza
Escrevi estas rimas em 1953
Anna Nayá Fleury Nogueira – In Mente
Encaminhado por Déa Nayá Joesting Nogueira
De grandes salas e de amplos varandões
Erram por eles sombras ancestrais
Mortos que vivem em nossos corações
No tristonho beiral enegrecido
Nas estátuas de louça ornamentais
Nas pinhas, vasos e abacaxis de vidro
Relembram eras que não volvem mais
Velhas sacadas de gradil graciosas
Escadas nobres de antigos sobradões
Lembranças vagas... evocações saudosas
Enchem de mágua os nossos corações
Na solidez austera da estrutura
Nas acolhedoras telhas do beiral
Lembram velhas mansões e a arquitetura
Vinda lá do velho Portugal
Nobreza antiga dos portais lavrados
Grossos batentes de amplos janelões
Salões forrados de papel floreado
E a solene majestade dos saguões
Pelas salas, alcovas e longos corredores
Os grandes móveis de jacarandá
Cintilam cristais sobre os aparadores
A um canto, a rede franjada de puçá
Nas paredes, em molduras doiradas
Velhos retratos dos antepassados
Os consoles, as marquesas torneadas
E o alto piano de castiçais prateados
É noite. Junto à mesa, à luz do lampião
Sinhá moça vai tecendo o seu crochê
Na doçura do lar, à hora do serão
Sinhazinha a medro abre um livro e lê
A vovó na cadeira se embalando
Preso aos dedos o rosário de capim
Vai rezando, cochilando, dormitando
Velhinha e cansada d'um viver sem fim
Na rede a um canto, a mucama entoa
Uma doce cantiga de ninar
A melodia terna no salão ressoa
Calma! Poesia, e a santa paz do lar
Da cozinha vem o baque compassado
Do pilão socando o bom café
Ouço na sala um espirro prolongado
É o Coronel tomando o seu rapé
Que lindas cenas do viver antigo!
A donas curvadas sobre o seus bordados
Sinhazinhas ariscas a espiar pelo postigo
Esperando amorosamente os namorados
Lares de antanho... cheios de recato!
Belos costumes do viver de outrora
Um viver tranquilo, simples e pacato
Tão diferente do viver de agora...
Poéticas rótulas desaparecidas
Grossas paredes de taipas seculares
Onde as vovós viveram recolhidas
Anjos de guarda dos antigos lares
Tempos de antanho, cheios de poesia
Tempos passados que não voltam mais
Tenho saudade da vida de alegria
No velho sobradão dos saudosos pais
Quando recordo esse passado morto
Rígido, austero, rico de nobreza
Esse doce lembrar me põe consolo
Ao coração tão cheio de tristeza
Escrevi estas rimas em 1953
Anna Nayá Fleury Nogueira – In Mente
Encaminhado por Déa Nayá Joesting Nogueira
TROVAS DAS FLORES - parte 1
Fidalga flor da cidade
Florzinha humilde da roça
Se aquela tem majestade
Essa é mais simples, mais nossa
Há flor que ri, flor que chora
Há flores em forma de cruz
Sorrindo a Nossa Senhora
Chorando aos pés de Jesus
Há flores em forma de estrela
Outras há em coração
Do maracujá, triste e bela
É a roxa flor da Paixão
Saudade é flor de mistério
É flor que não sabe rir
Vai com a gente ao cemitério
Quando a gente vai partir
Suspiros! Que tristes flores!
Cor do manto de Jesus
Lembram ais e lembram dores
Lembram chagas, lembram cruz
Perpétua é flor de tristeza
Muito roxa e muito esquiva
Se não tem grande beleza
Está sempre, sempre viva
D’outras flores diferente
É a flor seca, flor que dura
Muito usada antigamente
Pra florir a sepultura
Flor alegre a margarida
Pondo risos no canteiro
Estuante de seiva e de vida
Aos beijos do sol fagueiro
Sempre-viva não fenece
É a flor do bem querer
Do seu bem jamais se esquece
“Hei de amar-te até morrer”
Flor de laranjeira deleita
Flor de muito acatamento
Pois que as noivas ela enfeita
No dia do casamento
As malvas são tão cheirosas
Queridas das vovozinhas
Moravam nas folhas mimosas
Dos livros das Sinhazinhas
Anna Nayá Fleury Nogueira - In Mente
Encaminhado por Déa Nayá Joesting Nogueira
Florzinha humilde da roça
Se aquela tem majestade
Essa é mais simples, mais nossa
Há flor que ri, flor que chora
Há flores em forma de cruz
Sorrindo a Nossa Senhora
Chorando aos pés de Jesus
Há flores em forma de estrela
Outras há em coração
Do maracujá, triste e bela
É a roxa flor da Paixão
Saudade é flor de mistério
É flor que não sabe rir
Vai com a gente ao cemitério
Quando a gente vai partir
Suspiros! Que tristes flores!
Cor do manto de Jesus
Lembram ais e lembram dores
Lembram chagas, lembram cruz
Perpétua é flor de tristeza
Muito roxa e muito esquiva
Se não tem grande beleza
Está sempre, sempre viva
D’outras flores diferente
É a flor seca, flor que dura
Muito usada antigamente
Pra florir a sepultura
Flor alegre a margarida
Pondo risos no canteiro
Estuante de seiva e de vida
Aos beijos do sol fagueiro
Sempre-viva não fenece
É a flor do bem querer
Do seu bem jamais se esquece
“Hei de amar-te até morrer”
Flor de laranjeira deleita
Flor de muito acatamento
Pois que as noivas ela enfeita
No dia do casamento
As malvas são tão cheirosas
Queridas das vovozinhas
Moravam nas folhas mimosas
Dos livros das Sinhazinhas
Anna Nayá Fleury Nogueira - In Mente
Encaminhado por Déa Nayá Joesting Nogueira
Trovas das Flores - 2
O lírio é flor branca e pura
Simbólica e imaculada
Dos anjos tem a candura
E o calor da madrugada
A violeta é retraída
De corola perfumosa
Entre as folhas escondida
Tão modesta, tão virtuosa
Malvaísco é delicado
Amoroso e muito terno
Pois anda sempre agarrado
Ao verde caule materno
Girassol! Que flor estranha
De grande porte e dourada
Pois o sol ela acompanha
Em sua marcha compassada
A camélia é aristocrata
Branca flor muito formosa
A sorte lhe foi ingrata
Pois não a fez perfumosa
O cravo é flor imponente
De bom aroma e mui bela
Muito usada antigamente
Pra florir uma lapela
É linda a flor de nobreza
Seu aroma é tão gostoso!
Por seu perfume e beleza
É assim... tão orgulhoso
A esponjinha é dourada
Cheirosa como ela só
Vivia sempre guardada
Nas canastras da vovó
Parasita é flor bonita
De colorido que encanta
Mas... vive toda catita
Da seiva de outra planta
É flor rara a parasita
Que soberba que ela é!
Nos galhos se encarapita
Cá no chão...não bota o pé
Trepadeiras...que arrojadas!
Gostam muito de subir
Galgam cercas e sacadas
Não têm medo de cair
Camaradinha é diferente
De subir não gosta não
Ela vai toda contente
Se alastrando pelo chão
Anna Nayá Fleury Nogueira - In Mente
Encaminhado por Déa Nayá Joesting Nogueira
Simbólica e imaculada
Dos anjos tem a candura
E o calor da madrugada
A violeta é retraída
De corola perfumosa
Entre as folhas escondida
Tão modesta, tão virtuosa
Malvaísco é delicado
Amoroso e muito terno
Pois anda sempre agarrado
Ao verde caule materno
Girassol! Que flor estranha
De grande porte e dourada
Pois o sol ela acompanha
Em sua marcha compassada
A camélia é aristocrata
Branca flor muito formosa
A sorte lhe foi ingrata
Pois não a fez perfumosa
O cravo é flor imponente
De bom aroma e mui bela
Muito usada antigamente
Pra florir uma lapela
É linda a flor de nobreza
Seu aroma é tão gostoso!
Por seu perfume e beleza
É assim... tão orgulhoso
A esponjinha é dourada
Cheirosa como ela só
Vivia sempre guardada
Nas canastras da vovó
Parasita é flor bonita
De colorido que encanta
Mas... vive toda catita
Da seiva de outra planta
É flor rara a parasita
Que soberba que ela é!
Nos galhos se encarapita
Cá no chão...não bota o pé
Trepadeiras...que arrojadas!
Gostam muito de subir
Galgam cercas e sacadas
Não têm medo de cair
Camaradinha é diferente
De subir não gosta não
Ela vai toda contente
Se alastrando pelo chão
Anna Nayá Fleury Nogueira - In Mente
Encaminhado por Déa Nayá Joesting Nogueira
Trovas das Flores - Final
Coração de estudante é vermelha
É de bela floração
A um coração de assemelha
Fala de amor, de paixão
Crisântemo, flor majestosa
Exótica flor japonesa
Que enfeita a gueixa mimosa
Com seu colorido e beleza
A sensitiva é medrosa
Recatada e tão pudica
Basta tocar na mimosa
Fechadinha ela fica
Cravo de defunto é descrente
O pobre...é tão desprezado
E florece tristemente
Em jardim abandonado
Anjo da meia noite enleva
De formosura bem rara
Ama a noite, ama a treva
E ao sol...não mostra a cara
A estrela D’alva é formosa
É flor que do céu caiu
Tão branca, tão perfumosa
Por certo do céu fugiu
A esporinha é bem modesta
Não é soberba nem nobre
Pondo alegrias e festa
No jardinzinho do pobre
Roxo e lindo mal-me-quer
Promessa, anseio, ilusões
“Mal-me-quer ou bem-me-quer”
Iludindo os corações
A hortência é flor majestosa
Grande flor ornamental
Em tons de azul e de rosa
Bela, airosa, sem rival
Miosótis, que flor mimosa
De uma linda cor azul
Cor do céu. Linda, airosa
Flor risonha e tão taful
Bem antiga esta florzinha
Das vovós muito estimada
Adorno da Senhorinha
De sua trança perfumada
Que dizer da fresca rosa?
A excelsa Rainha das flores
A mais bela a mais formosa
Rica em matizes e odores
A agreste flor de São João
Com suas pencas amarelas
Nos mastros, lá no sertão
Se enroscam, garridas e belas
Quando Deus criou as flores
Fê-las de rara beleza.
Elas são nossas amigas
Na alegria e na tristeza
Anna Nayá Fleury Nogueira - In Mente
Encaminhado por Déa Nayá Joesting Nogueira
É de bela floração
A um coração de assemelha
Fala de amor, de paixão
Crisântemo, flor majestosa
Exótica flor japonesa
Que enfeita a gueixa mimosa
Com seu colorido e beleza
A sensitiva é medrosa
Recatada e tão pudica
Basta tocar na mimosa
Fechadinha ela fica
Cravo de defunto é descrente
O pobre...é tão desprezado
E florece tristemente
Em jardim abandonado
Anjo da meia noite enleva
De formosura bem rara
Ama a noite, ama a treva
E ao sol...não mostra a cara
A estrela D’alva é formosa
É flor que do céu caiu
Tão branca, tão perfumosa
Por certo do céu fugiu
A esporinha é bem modesta
Não é soberba nem nobre
Pondo alegrias e festa
No jardinzinho do pobre
Roxo e lindo mal-me-quer
Promessa, anseio, ilusões
“Mal-me-quer ou bem-me-quer”
Iludindo os corações
A hortência é flor majestosa
Grande flor ornamental
Em tons de azul e de rosa
Bela, airosa, sem rival
Miosótis, que flor mimosa
De uma linda cor azul
Cor do céu. Linda, airosa
Flor risonha e tão taful
Bem antiga esta florzinha
Das vovós muito estimada
Adorno da Senhorinha
De sua trança perfumada
Que dizer da fresca rosa?
A excelsa Rainha das flores
A mais bela a mais formosa
Rica em matizes e odores
A agreste flor de São João
Com suas pencas amarelas
Nos mastros, lá no sertão
Se enroscam, garridas e belas
Quando Deus criou as flores
Fê-las de rara beleza.
Elas são nossas amigas
Na alegria e na tristeza
Anna Nayá Fleury Nogueira - In Mente
Encaminhado por Déa Nayá Joesting Nogueira
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
ILHABELA
ILHABELA
Mar entre jardins
A própria cena
Enfeita
Nas árvores-
Batuques ocos de bicos
Entoam tucanos
O vento-
Agita o céu
Enfuna velas
Nos morros-
O agreste da simplicidade
Opõe-se ao luxo das mansões
As sombras-
Azuis
Absolutamente nítidas
Paisagem de imaginação
Onde ao longe
Há um galo sempre a cantar
Onde o tempo
É poesia
Verdadeiramente
Feliz
Miguel
DUNA
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
SURTO...
Sopro forte do vento, horripilante
Timbre viril no sangue, a inconsequência
Presente, é forma vã, grande insolência
Indulta a clara inépcia, num instante
Que não se muda mais, pela insistência
Caos humano, febril e triunfante
No rito de um monólogo lesante
Muda-se um ser, emblema da decência
Por certeza do muito que imagina
Ser a perseguição mal que arruína
Tanto intimida o açoite da desgraça
Que o amargor lhe flui como ravina
São resíduos da vida que disfarça
O que a memória esconde numa farsa
Miguel Eduardo Gonçalves
Timbre viril no sangue, a inconsequência
Presente, é forma vã, grande insolência
Indulta a clara inépcia, num instante
Que não se muda mais, pela insistência
Caos humano, febril e triunfante
No rito de um monólogo lesante
Muda-se um ser, emblema da decência
Por certeza do muito que imagina
Ser a perseguição mal que arruína
Tanto intimida o açoite da desgraça
Que o amargor lhe flui como ravina
São resíduos da vida que disfarça
O que a memória esconde numa farsa
Miguel Eduardo Gonçalves
terça-feira, 1 de setembro de 2009
NUANCE EM TOM MAIOR - MARILÂNDIA IN DUET
NUANCE// EM TOM MAIOR
Caminho por detrás da pele// Figura grácil de mulher
Que dedos inventam// Esboçando
Pintura// Surrealista
Rude dos ventos// Agrestes, sibilantes
Prenúncio do orgasmo// Espasmos de prazer
Dos céus// Encaixe perfeito
Fragmentos// Em levitação
De rosa// Perolada
Pétalas// Da paixão
Miguel// Marilândia
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
DESINTELIGÊNCIA
Atrás da porta, ante passos furtivos, treme, será de medo?
De súbito um furor tímido deixa escapa-lhe o exasperado, mas só consegue acalmar as batidas surdas de um coração que atordoa o cérebro, com o distinguir coisa nenhuma em palavras que joga ao vento, como se estivesse se relendo. E o pensamento se transforma na medida em que lhe varia o humor entre o racionaç e o irracional!
De súbito um furor tímido deixa escapa-lhe o exasperado, mas só consegue acalmar as batidas surdas de um coração que atordoa o cérebro, com o distinguir coisa nenhuma em palavras que joga ao vento, como se estivesse se relendo. E o pensamento se transforma na medida em que lhe varia o humor entre o racionaç e o irracional!
Do outro lado uma parceria fustigada, em cujo ar de espanto transparece a irritação. Agora, já distante das palavras, que não valem mais, perderam o sentido diante de tanto desvario que retine ao sabor do acidental, este que oscila ao sabor das intempéries que permeiam dias infelizes, em altos e baixos típicos de uma arquejante personalidade quando se vê encurralada diante da sombra, o que resta é acreditar que o verbo cria a imagem, para sem mais indagar, possa declarar que todo o artifício, qual síndrome, é contra o equilíbrio.
No espelho do desespero, o enigma, que não se sabe quem possa desvendar... A família, talvez, e um médico psiquiatra, quiçá, possam ajudar. Quem sabe umas pílulas de lítium!
As pessoas são surpreendentes às vezes, entre as parvoíces acabam por demonstrar a falta de delicadeza dos sentimentos, e misturar no mesmo saco de lixo todos os momentos em que foram realmente enganadas, com aqueles outros, que não precisam estar dissimulados.
Miguel Eduardo Gonçalves
No espelho do desespero, o enigma, que não se sabe quem possa desvendar... A família, talvez, e um médico psiquiatra, quiçá, possam ajudar. Quem sabe umas pílulas de lítium!
As pessoas são surpreendentes às vezes, entre as parvoíces acabam por demonstrar a falta de delicadeza dos sentimentos, e misturar no mesmo saco de lixo todos os momentos em que foram realmente enganadas, com aqueles outros, que não precisam estar dissimulados.
Miguel Eduardo Gonçalves
domingo, 30 de agosto de 2009
COISA SECRETA
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
terça-feira, 25 de agosto de 2009
QUERO
QUERO
Um mínimo verso
Que se baste em si
Jeito de querer demais
Um gole de ti
Quero o ar da sorte
Que haja em mim
Eclosão do amor no máximo
Linguagem una do carmim
E na rima das fábulas
A fração que afiança
Ser o HIT do momento
Uma voz que não descansa
Quero muito além do agora
No segredo dos sábios
A exclusiva tez que enflora
A noite dos teus lábios
Miguel-
sábado, 22 de agosto de 2009
BELA COMO UM ASTRO
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
TRAMAS
Cheiro há que se experimentar
Vivesse na cadência dos rios
E à deriva a vida seguiria
Como se de vento o corpo
Fosse a forma, a substância
E por descuido
De uma janela fechada
A manifestação de fora
Se desse apenas n’alma
Insensível o azul do céu
Ou então o dia escuro
Decifrado dessa forma
Impalpável
E o querido amor
Como a trama do mar
Incalculável paixão
Sonho aventureiro
Real seria e forasteiro
Despontaria
Sem se firmar
Miguel Eduardo Gonçalves
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